A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes foi classificada pela Justiça de São Paulo como uma “verdadeira serial killer”. Ela é acusada de pelo menos quatro homicídios qualificados por envenenamento, cometidos entre janeiro e maio de 2025 em Guarulhos (SP), São Paulo e Duque de Caxias (RJ).
A suspeita está presa e as investigações que a apontam como autora dos crimes se aprofundaram após a morte do aposentado Neil Corrêa da Silva.
Vínculo Romântico com Três Vítimas
Chama a atenção dos investigadores o padrão nos crimes: em três das quatro mortes confirmadas, Ana Paula mantinha algum tipo de envolvimento romântico com a vítima. As vítimas identificadas são Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres.
- Serial killer brasileira acusada de 4 mortes vendia execuções por R$ 4 mil
- Quatro vítimas em 5 meses: quem são as pessoas mortas pela ‘serial killer’ universitária em SP e RJ
Os casos de envolvimento:
- Marcelo Hari Fonseca (51 anos): Vizinho e proprietário do imóvel onde Ana Paula residia nos fundos. Ela confessou tê-lo matado por brigas e supostas ameaças, mas alegou ter mantido um relacionamento posterior para garantir sua permanência na casa. O corpo de Marcelo foi encontrado em estado avançado de putrefação em Guarulhos.
- Maria Aparecida Rodrigues (Estudante): Ana Paula teve um relacionamento de cunho romântico com a vítima. A morte ocorreu em Guarulhos, após Maria Aparecida consumir café e bolo na casa da serial killer, que se identificou com outro nome. Horas antes da morte, a linha telefônica da vítima foi usada em uma tentativa de incriminar terceiros, incluindo um ex-amante e a esposa.
- Hayder Mhazres (21 anos): O tunisiano conheceu Ana Paula em um aplicativo de relacionamento. Após uma suposta gestação simulada e rejeição por parte de Hayder, a estudante teria planejado e executado o assassinato. O jovem passou mal em seu apartamento e, apesar de seu corpo ter sido levado para a Tunísia e não exumado, a investigação apontou para o envenenamento.
Homicídio por Encomenda e Conhecimento Técnico
O assassinato de Neil Corrêa da Silva (65 anos) é o único em que Ana Paula não possuía envolvimento romântico com a vítima. O crime, ocorrido em Duque de Caxias (RJ), foi um homicídio por encomenda.
Neil foi morto em 26 de abril após consumir uma feijoada levada por Ana Paula. As investigações indicam que a serial killer foi contratada por Michele Paiva da Silva, filha de Neil e colega de curso de Direito da acusada, para realizar o “serviço”. Testes preliminares da substância letal, conforme as investigações, teriam sido realizados em cães que vieram a óbito.
Ana Paula declarou em depoimento à polícia que possuía “conhecimento técnico” sobre o produto utilizado para envenenar as vítimas, o que configura motivo torpe e dificulta a defesa dos alvos.
O Incidente do Bolo na Universidade
As investigações contra a estudante ganharam força após um incidente peculiar em uma universidade de Guarulhos. Um bolo com um forte odor foi deixado em uma sala de aula de Direito, acompanhado de um bilhete: “Para a turma de Direito 4D um ótimo feriadão! Um bolo para adoçar a manhã de vocês”.
A própria Ana Paula acionou a segurança, alegando que o bolo poderia estar envenenado e que a assinatura era de uma mulher de um policial militar com quem ela teria tido um relacionamento. A mulher negou as acusações, mas o caso intensificou a suspeita contra a estudante.
A defesa de Ana Paula e de sua irmã, Roberta – que é suspeita de colaborar na morte de Neil – afirmou que está conduzindo uma investigação independente para colaborar com a correta apuração dos fatos e garantir o pleno exercício da ampla defesa das investigadas.
Com informações de CNN Brasil e g1.



