Seguindo o novo governo Trump, a Meta, empresa de Mark Zuckerberg, proprietário do Facebook, do Instagram e do WhatsApp está fechando seu programa de checagem de fatos de terceiros [fim da checagem de fake news] em nome da liberdade de expressão e substituindo-o por “notas da comunidade” escritas por usuários, semelhantes ao modelo usado pela plataforma social X de Elon Musk.
A Meta disse que sua abordagem de construir sistemas complexos para gerenciar conteúdo em suas plataformas “foi longe demais” e cometeu “muitos erros” ao censurar muito conteúdo.
Ao anunciar a mudança de política na terça-feira, o CEO Mark Zuckerberg disse que a última eleição mostrou “um ponto de virada” onde a liberdade de expressão virou o jogo e deve ser respeitada por fazer parte da constituição norte-americana.
A gigante da tecnologia disse que verificadores de fatos acabam checando muitos conteúdos com tendência política, sem imparcialidade, e, que está recorrendo a contribuições coletivas dos usuários através das notas da comunidade.
“Vimos essa abordagem funcionar no X – onde eles capacitam sua comunidade a decidir quando as postagens são potencialmente enganosas e precisam de mais contexto”, disse o diretor de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, em uma postagem de blog. Ele disse que o novo sistema será implementado gradualmente nos próximos meses.
A Meta está entre várias empresas de tecnologia motivadas pelo efeito Trump, mudando seus conceitos antes da posse do novo governo Trump no final deste mês. A Meta e a Amazon doaram US$ 1 milhão cada para o fundo de posse de Trump em dezembro, e Zuckerberg jantou com Trump em seu clube Mar-a-Lago na Flórida, reunindo o fundador do Facebook.
A Meta nomeou esta semana Dana White, presidente e CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC) e uma figura familiar na órbita de Trump, para seu conselho de diretores. Kaplan, um ex-assessor de George W. Bush, foi anunciado como chefe de assuntos globais da Meta em 2 de janeiro.
Checagem de fatos
A Meta começou a checar fatos em dezembro de 2016, depois que Donald Trump foi eleito presidente pela primeira vez, em resposta às críticas de que “supostas notícias falsas” estavam se espalhando em suas plataformas. Durante anos, a gigante da tecnologia estava trabalhando com mais de 100 organizações em mais de 60 idiomas para combater supostas desinformações.
Novo sistema de notas da comunidade
A empresa de tecnologia disse que o novo sistema permitirá “mais discurso”, ou seja, mais liberdade de expressão, ao suspender restrições em discussões de certos tópicos tradicionais, como imigração e gênero, e se concentrará em coibir violações ilegais e de “alta gravidade”, incluindo terrorismo, exploração sexual infantil e drogas.
Elon Munk é o exemplo
Em uma mudança impulsionada em grande parte por Musk, a abordagem da X para moderação de conteúdo mostro que a verificação de fatos de terceiros “saiu de moda entre os executivos sociais”, acrescentou Enberg. O Conselho de Supervisão da Meta, disse que acolhe as mudanças e espera trabalhar com a empresa “para entender as mudanças em maiores detalhes, garantindo que sua nova abordagem seja a mais eficaz e amigável possível”.
Percussão positiva e críticas
No X, o deputado Jim Jordan de Ohio chamou isso de um “grande passo na direção certa”. Entretanto outros disseram que a medida não foi suficiente para fazê-los confiar em Zuckerberg.
“Engane-me uma vez, a vergonha é sua. Engane-me duas vezes, a vergonha é minha”, escreveu o deputado Mike Lee de Utah no X. “Alguém de nós pode presumir que Zuckerberg não retornará aos seus velhos truques?”
Na plataforma Truth Social de Trump, os usuários não se contiveram em suas críticas constantes ao CEO da Meta, chamando-o de “cobra” e “inimigo”.
Alexios Mantzarlis, diretor da Security, Trust, and Safety Initiative na Cornell Tech e ex-diretor da International Fact-Checking Network, disse que a mudança “não é de forma alguma perfeita, e os verificadores de fatos sem dúvida erraram em alguma porcentagem de seus rótulos”.
Ele chamou a mudança na Meta de “uma escolha de política, não de política”, e alertou: “Dependendo de como isso for aplicado, as consequências dessa decisão serão um aumento no assédio, discurso de ódio e outros comportamentos prejudiciais em plataformas de bilhões de usuários”.
Repercussão no X do Brasil
🚨 IMPORTANTÍSSIMO!
Mark Zuckerberg detona Alexandre de Moraes sem citá-lo. O dono da Meta (facebook, insta e whats), cita América Latina dizendo que comumente TRIBUNAIS censuram silenciosamente, sem que os usuários saibam.
O efeito @realDonaldTrump só está começando e muito… pic.twitter.com/jPua9un0Qc
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) January 7, 2025
PÂNICO! Jornalistas da Globonews desesperados com a guinada de Mark Zuckerberg. pic.twitter.com/4uckyfSf7C
— Vinicius Carrion (@viniciuscfp82) January 7, 2025
Acabou a palhaçada: Mark Zuckerberg decide se voltar contra a censura e anuncia novos tempos de liberdade de expressão no Instagram e no Facebook! pic.twitter.com/V8ANkLH6Ts
— Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) January 7, 2025
Seu Zuckerberg, a Globo tá pedindo pro senhor mostrar as provas 🍿 pic.twitter.com/8h0bunniRm
— Paula Marisa (@profpaulamarisa) January 7, 2025
🚨URGENTE – Mark Zuckerberg manda indireta para Alexandre de Moraes dizendo que países da América Latina tem tribunais secretos que derrubam conteúdos!
“Os países latino-americano tem tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente” pic.twitter.com/8K7F3K0p0k
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) January 7, 2025