O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira, 10 de outubro, em São Paulo (SP), da cerimônia de anúncio do novo modelo de crédito imobiliário. A medida, coordenada pelo Governo do Brasil e Banco Central, visa modernizar a captação de recursos para financiamentos habitacionais pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), prometendo injetar mais dinheiro no setor.
A principal meta é viabilizar mais recursos para o financiamento de casas e apartamentos, beneficiando principalmente as operações do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que atende a classe média. A expectativa é gerar um impulso na construção civil e na geração de empregos.
O que muda e quem ganha?
O modelo atual, dependente da caderneta de poupança, vinha perdendo espaço. As novas regras criam um sistema mais eficiente e competitivo, com as seguintes novidades centrais:
- Aumento do Teto do SFH: O valor máximo do imóvel que pode ser financiado pelo SFH passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
- Mais Competição: Instituições financeiras que não captam poupança poderão oferecer crédito habitacional em condições equivalentes, aumentando a concorrência e as opções para o consumidor.
- Foco na Classe Média: O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a medida preenche uma lacuna de crédito para famílias com renda superior ao teto do programa Minha Casa Minha Vida (acima de R$ 12 mil), que estavam sem alternativas de juros acessíveis.
Nova Lógica de Captação e Transição
A mudança é estrutural e redefine como os bancos devem destinar os recursos:
- Modelo Atual: Obriga os bancos a aplicar 65% dos depósitos da poupança em crédito imobiliário.
- Novo Modelo: Após a transição, a exigência de 65% acabará. O total captado na poupança passa a ser apenas uma referência para o volume total de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional (incluindo SFH e SFI), permitindo que eles usem outras fontes como LCIs e CRIs.
- Eficiência: O novo sistema maximiza o uso da poupança, permitindo que cada real depositado gere mais crédito. Em um exemplo prático, o secretário Guilherme Mello, do Ministério da Fazenda, explicou que o banco poderá usar mais da poupança (que tem custo menor) para aplicações livres se direcionar uma quantidade equivalente de recursos de mercado para o financiamento imobiliário.
A transição será gradual, começando ainda este ano, e o novo modelo deve estar em plena vigência a partir de janeiro de 2027.
