Prefeito Sílvio Barros explica para a imprensa o recálculo do IPTU e remodelagem do desconto

Repórter Jota Silva
Prefeito Sílvio Barros explica para a imprensa o recálculo do IPTU e remodelagem do desconto

Maringá, 3 de Outubro – O prefeito de Maringá, Sílvio Barros, veio a público nesta sexta-feira (3) para justificar a aprovação do projeto do Executivo que remodelou o desconto aplicado sobre o valor venal – base de cálculo do IPTU – de 40% para 25%. A medida, que foi aprovada na Câmara e já está sancionada, visa recompor o orçamento municipal desatualizado em gestão anterior.

O prefeito explicou que a remodelagem do desconto tem o objetivo de atualizar a arrecadação em cerca de R$ 70 milhões para cobrir um déficit previsto de R$ 120 milhões em 2026. Este rombo seria causado pela queda nos repasses federais e estaduais em função do IPVA e da isenção do Imposto de Renda (IR).

Agradecimento a vereadores e comparação com outras cidades

Sílvio Barros agradeceu aos vereadores que votaram a favor do projeto, reconhecendo o “desgaste” que a aprovação gerou. “Quero agradecer aos vereadores que tiveram a disposição de encarar o desgaste que eles estão sofrendo para aprovar um projeto do executivo. Eu acho justo deixar claro que os vereadores estão apanhando, mas, na verdade, nós fizemos a proposta,” disse o prefeito, atribuindo a decisão a uma análise da Secretaria de Fazenda.

Barros defendeu a medida, argumentando que Maringá era possivelmente a única cidade grande do estado a aplicar tal desconto. “Esse deflator de 40% sobre o valor do imóvel que Maringá aplica no IPTU não existe em outras cidades. Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel, nenhuma delas adota isso,” afirmou. Segundo ele, mesmo com o desconto em 25%, a cidade ainda oferece um benefício inédito entre as maiores do Paraná.

Ajuste necessário e desigualdade histórica

O prefeito enfatizou que a decisão precisou ser tomada rapidamente para garantir a arrecadação em 2026, sem depender da promessa de compensação por parte do Governo do Estado, que ele considerou uma “hipótese”.

Ele também abordou a questão dos 55 mil imóveis com grande discrepância entre o valor venal e o imposto pago. Barros revelou que a ideia inicial seria retirar o desconto destes imóveis, o que geraria um aumento de até 100%, mas a proposta foi descartada para não impactar famílias de baixa renda em bairros que se desenvolveram desde 1988, mas ainda pagam imposto com base em regras desatualizadas.

“Diante disso, foi proposto aplicar uma correção menor, igual para todos. Não dá para resolver de uma vez, é preciso preparar a população, abrir discussão e debate para que todos entendam a necessidade dessa revisão,” explicou.

Rede Social

Ao comentar a repercussão negativa nas redes sociais, o prefeito se posicionou de forma firme. “Minha posição é clara: rede social [utilizada por políticos de oposição para conquistar likes visando as eleições do ano que vem] não pode tutelar nossa gestão,” declarou. Ele disse estar focado na realidade das pessoas e citou que atende cidadãos sem agendamento toda quinta-feira, às seis da manhã, como forma de ouvir de perto as demandas reais da população.

Barros ainda criticou o uso de perfis falsos e a postura de políticos movidos por “likes,” reforçando seu compromisso com a realidade e não com a manipulação online.

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