PEC da Blindagem: como a nova regra protege senadores, deputados federais, estaduais e distritais

Repórter Jota Silva

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3, de 2021, foi aprovada na Câmara e traz uma mudança significativa: a Justiça agora precisa de autorização da respectiva Casa legislativa para iniciar processos criminais contra deputados federais e senadores. A medida, apelidada de “PEC da Blindagem”, também se estende aos deputados estaduais e distritais.

Entendendo a Extensão da Proteção

Apesar de a PEC focar nos parlamentares federais, a extensão da proteção para os deputados estaduais e distritais é resultado de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em janeiro de 2023, o STF, ao analisar ações da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), decidiu que as regras de imunidade previstas na Constituição Federal para deputados e senadores também se aplicam aos legisladores locais.

Argumentos a Favor e Contra a Medida

  • Argumento dos defensores: Os parlamentares que apoiam a PEC justificam a medida como uma forma de garantir o livre exercício do mandato, protegendo-os de possíveis “perseguições políticas” pelo Poder Judiciário.
  • Críticas e preocupações: A organização Transparência Internacional alerta para os riscos da proposta. A ONG lembra que regras similares, que vigoraram entre 1988 e 2001, inviabilizaram 253 investigações contra parlamentares, enquanto apenas uma foi autorizada. Para a organização, a nova regra pode agravar os riscos de infiltração do crime organizado na política, dificultando investigações.

Essa nova regra entra em um debate complexo sobre a autonomia dos poderes, a proteção do mandato e a necessidade de responsabilização de figuras públicas. A decisão do STF e a aprovação da PEC são temas de grande relevância, especialmente para a área de comunicação, que precisa traduzir essas complexas questões jurídicas para a sociedade.

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