Melhor educação do Brasil: formação e estrutura transformam o ensino no Paraná

Estado investe em tecnologia e eleva desempenho dos estudantes -

Ampliação de vagas, conectividade nas escolas, investimentos em infraestrutura, capacitação e programas educacionais figuram entre os principais esforços da Secretaria de Estado da Educação (Seed) que levaram o Paraná a se manter no topo da educação brasileira. O trabalho deu resultado, com o Estado atingindo, mais uma vez neste ano, o melhor desempenho do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal referência de qualidade educacional no Brasil.

Com o maior orçamento do Estado, os recursos destinados para a área no Paraná, em 2024, superam as exigências constitucionais para a educação (25%), atingindo 30% do total, somando mais de R$ 10 bilhões. No primeiro semestre, o Estado investiu em tecnologia, reformas e construção de novas escolas, além da aquisição de equipamentos. A Secretaria também recebeu R$ 7,94 bilhões para custeio de serviços, salários e programas de benefícios aos alunos, entre outras despesas.

O desempenho na avaliação nacional também se destaca. Entre 2021 e 2023, o Paraná elevou sua nota no Ideb do ensino médio, de 4,8 para 4,9 pontos, considerando escolas públicas estaduais, privadas e institutos federais. Com isso, o estado manteve-se na liderança nacional, à frente de Goiás e Espírito Santo, ambos com nota 4,8. A média nacional no período foi de 4,3. Já nos anos finais do ensino fundamental, do 6.º ao 9.º ano, o Estado obteve 5,5 pontos, superando a média nacional de 5 pontos.

“Alcançar esses resultados é fruto de muito trabalho e do empenho de uma equipe dedicada, tanto da Seed quanto de profissionais que atuam diretamente nas escolas, como professores, diretores e demais servidores responsáveis pelo sucesso na educação do Estado”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda.

O Ideb é calculado com base na taxa de aprovação e no desempenho dos estudantes nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), organizados pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No Paraná, os bons resultados são resultado de uma série de ações que se mostraram eficientes durante a gestão atual e que fizeram o Estado ter a melhor educação do Brasil.

INFRAESTRUTURA ESCOLAR – Um grande montante de recursos é destinado para a melhoria da infraestrutura escolar. O Paraná conta com 2,2 mil escolas onde estudam aproximadamente 1 milhão de alunos. Para manter essa estrutura moderna e confortável para os estudantes, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) aplicou, neste ano, R$ 310 milhões para a construção de sete novas unidades escolares, 120 reformas, que incluem reparos e serviços nas edificações, 13 ampliações.

Além disso, mais 1,2 mil colégios foram contemplados com recursos do projeto Escola Mais Bonita, que teve investimento de R$ 100 milhões em 2024. Os recursos são aplicados conforme a necessidades da unidade, podendo ser utilizados para pinturas, reparos estruturais, melhorias nos espaços comuns, bibliotecas, laboratórios, quadras esportivas e pátios, além de serviços especializados de jardinagem e limpeza. Também é possível ampliar a acessibilidade das escolas ou fazer adequações de segurança, conforme as normas do Corpo de Bombeiros.

Obras do Colégio Estadual Ribeirão Grande no Jardim Paulista em Campina Grande do Sul. 30/09/2019 – Foto: Geraldo Bubniak/AEN

TCHAU, SALA DE MADEIRA – O Paraná também está substituindo todas as salas de aula de madeira ainda presentes nas unidades educacionais, em um investimento que chega a R$ 75 milhões desde 2023. Cerca de 320 salas de madeira foram substituídas em 2023 e 2024 por construções mais sustentáveis e modernas, que utilizam um sistema modular ecológico, que reduz o desperdício de materiais, economiza tempo na construção e garante espaços com medidas e formatos padronizados.

Governador Carlos Massa Ratinho Junior entrega a nova sede do Colégio Estadual Bandeirantes, em Campina Grande do Sul e libera recursos para pavimentação de ruas da cidade – Campina Grande do Sul, 13/02/2020 – Foto: José Fernando Ogura/AEN

MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO – Mais R$ 55,8 milhões foram investidos na aquisição de mobiliários e equipamento, incluindo aparelhos de ar-condicionado, conjuntos escolares, estantes, cadeiras, refrigeradores, equipamentos para as cozinhas e itens como produtos de limpeza, materiais e suplementos escolares.

MAIS MERENDA – Uma das preocupações do Governo do Estado é garantir uma alimentação de qualidade aos alunos no período que eles estão nas escolas. O programa Mais Merenda oferece três refeições por período a todos os estudantes da rede estadual, com o objetivo de promover uma alimentação saudável e melhorar o desempenho da aprendizagem.

O Fundepar já destinou, neste ano, R$ 307 milhões para a alimentação escolar, com a distribuição de 175 tipos diferentes de produtos, que totalizaram 26 mil toneladas de alimentos distribuídas em todas as unidades escolares da rede estadual.

Professores apresentam projetos de robótica premiados durante evento de formação –

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – A aquisição de novos dispositivos eletrônicos, utilizados como ferramentas de apoio aos trabalhos em sala de aula, estão entre os fatores de impacto para o bom desempenho da educação do Paraná, facilitando o aprendizado na prática. Somente neste ano, R$ 75,4 milhões foram destinados para a compra de equipamentos para a rede estadual.

As escolas receberam, em 2024, mais de 22 mil kits Educatron, compostos por smart TV 43”, computador, webcam, microfones, teclado com mouse pad e pedestal regulável; mais de 49 mil desktops; 53 mil notebooks e 50 mil tablets, que são utilizados diariamente pelos estudantes como ferramentas de apoio em sala de aula.

Além disso, o investimento de mais R$ 40 milhões na migração das conexões via satélite para fibra óptica nas escolas facilitou o acesso aos recursos educacionais online, promovendo um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e conectado.

RECURSOS DIGITAIS – Outro exemplo que alia tecnologia ao aprendizado é a expansão dos Recursos Educacionais Digitais, ferramentas que facilitam o envolvimento dos alunos com os conteúdos abordados em sala de aula. São plataformas para tornar o ensino mais atrativo, como o Inglês Paraná, Redação Paraná e matemática gamificada.

“Os números de acessos às nossas plataformas de educação evidenciam o comprometimento de estudantes e professores com as ferramentas digitais, marcando um avanço expressivo na modernização do ensino e na democratização do conhecimento em todo o Paraná”, afirmou o secretário.

Desde o início de 2024, mais de 4 milhões de textos foram produzidos pelos alunos da rede estadual através da ferramenta Redação Paraná. No programa Leia Paraná, os estudantes leram 655.518 livros. Já pela Khan Academy, que é focada em matemática, foram realizadas mais de 11 milhões de atividades, enquanto na Matific, outra plataforma da disciplina, 499 milhões de atividades foram completadas. Com o Inglês Paraná, cerca de 14 milhões de lições de inglês foram concluídas, e o programa Inglês Professor contabilizou cerca de 42 mil aulas ministradas.

Estudantes utilizando o Leia Paraná durante a aula no laboratório de informática do CE Getúlio Vagas, em Fernandes Pinheiro

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Os professores da rede estadual também passaram a utilizar ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para o planejamento de aulas, elaboração de materiais didáticos e outras atividades. Além disso, recurso de IA chamado Khanmigo vem sendo incorporado ao ensino de matemática. A plataforma é pioneira no Brasil e foi desenvolvida para servir como um ‘tutor digital’ na resolução de exercícios dos estudantes.

O sistema oferece suporte individualizado, respondendo dúvidas em tempo real e adaptando estratégias de ensino às necessidades específicas de cada estudante. Inicialmente, ele será disponibilizado para cerca de 7 mil estudantes de 98 escolas, e a perspectiva é de que alcance os quase um milhão de estudantes nas 2.104 escolas do Estado.

Programa “Ganhando o Mundo” do Governo do Estado do Paraná está na sua primeira edição neste ano, com o objetivo de levar estudantes do Ensino Médio para estudar fora do País. Nas imagens grupo de 30 estudantes que foram classificados no programa embarcando para Nova Zelândia – Curitiba, 27/07/2022 – Foto: Albari Rosa/AEN

DO PARANÁ PARA O MUNDO – Lançado em 2019 pelo Governo do Estado, o programa Ganhando o Mundo se consolidou como uma das iniciativas mais transformadoras na educação paranaense, proporcionando oportunidades de intercâmbio estudantil que ampliam horizontes e enriquecem o aprendizado dos alunos. Na próxima edição, em 2025, será a maior edição do Ganhando o Mundo, quando 1,2 mil estudantes farão intercâmbio para cinco países: 500 alunos para o Canadá, 200 para a Austrália, 200 para a Nova Zelândia, 150 para o Reino Unido e 150 para a Irlanda – este último país o novo destino do programa. 

Desde sua criação, o programa já levou 1.240 estudantes da rede estadual para países de língua inglesa na América do Norte, Europa e Oceania, permitindo que vivenciem culturas e métodos educacionais diversos. Outros 40 alunos também embarcaram para a França ano passado.

Além de aprimorar o domínio de um novo idioma, a iniciativa também busca desenvolver habilidades interculturais e reforçar a autonomia dos jovens. “Ao preparar seus alunos para atuar em um cenário global, o Paraná fortalece ainda mais seu sistema educacional, elevando-o a um patamar de excelência que é referência em todo o Brasil”, ressaltou o secretário.

Em 2025, o programa terá sua maior edição, enviando 1.200 alunos para Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e, pela primeira vez, a Irlanda. Os embarques estão programados para acontecerem a partir de janeiro de 2025.

Além dos estudantes, 96 professores da rede estadual participaram da primeira edição do Ganhando o Mundo Professores, cujos destinos foram Canadá e Finlândia. Entre setembro e novembro de 2023, os docentes realizaram cursos de formação continuada com abordagens voltadas a temas como gestão de sala de aula, metodologias ativas, currículo por habilidades e competências, orientação pedagógica, sistema educacional local, avaliação de aprendizagem e educação inclusiva.

Depois dos alunos e professores, os diretores da rede estadual também tiveram a oportunidade de vivenciar a experiência internacional. O programa levou, em agosto de 2024, 200 gestores das escolas estaduais para uma capacitação de duas semanas no Chile. A escolha pelo país sul-americano se deu pelo desempenho do País no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que foi superior na América Latina, e à sua proposta de formação continuada de diretores, alinhada à prática pedagógica no contexto escolar.

Ainda parte da ampliação do programa, o Ganhando o Mundo Agrícola viabilizará, em 2025, a oportunidade a 100 estudantes da 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional da rede estadual.

O destino é o estado norte-americano do Iowa, que é referência no uso de tecnologia agrícola, oferecendo aos estudantes dos colégios agrícolas paranaenses a oportunidade de aprimorarem seus conhecimentos na área.

Cerca de 1.100 estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio, de Sarandi, Noroeste do Paraná, são beneficiados com a nova estrutura da Escola Estadual Vereador Luiz Zanchim, inaugurada nesta sexta-feira (14), pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. – Sarandi, 14/02/2020 – Foto: Jaelson Lucas/AEN

ENSINO PROFISSIONAL E INTEGRAL – Em três anos, o número de vagas na Educação Profissional pública do Paraná cresceu quatro vezes, saltando de 10 mil para 42 mil matrículas disponíveis para 44 cursos em todo o Estado. O objetivo é facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho por meio da capacitação e do preparo profissional ainda durante a escolarização, na busca pela oferta de cursos de acordo com a demanda de cada região.

“Por isso, mantemos contato permanente com as empresas para estarmos sempre aprimorando os currículos exigidos pelos mercados locais. No ano passado, 20 mil alunos conseguiram emprego e passaram a ajudar a família com as contas de casa”, explica Daiane Fraile, coordenadora do Departamento de Educação Profissional e de Jovens e Adultos da Seed. “O curso técnico também representa a porta de entrada para que eles tenham uma profissão e um incentivo a mais para que ingressem no ensino superior”, completa.

Outro fator que impactou diretamente o fortalecimento da educação no Paraná são as escolas de Educação em Tempo Integral. A modalidade, que há em 2019 era ofertada em apenas 73 instituições, foi ampliada e hoje está presente 412 escolas. Para a Seed, o crescimento do modelo integral influenciou diretamente na alta de 18% na pontuação do Estado no Ideb entre 2021 e 2023.

Governador Carlos Massa Ratinho Junior entrega a nova sede do Colégio Estadual Bandeirantes, em Campina Grande do Sul e libera recursos para pavimentação de ruas da cidade – Campina Grande do Sul, 13/02/2020 – Foto: José Fernando Ogura/AEN

CIDADANIA E CIVISMO – Combinando elementos da gestão civil com a presença de profissionais militares da reserva na administração e na rotina escolar, as escolas cívico-militares foram instituídas no Paraná em 2020 e têm como foco integrar a oferta da educação básica de qualidade com a promoção de valores humanos e cívicos. O Paraná é o Estado com o maior número de unidades cívico-militares, com 312 colégios.

Nas instituições que aderiram ao modelo, os estudantes contam com seis aulas diárias (uma a mais que nas escolas regulares), além de contarem com o componente curricular de ‘Cidadania e Civismo’, com objetivo de promover a compreensão de direitos, deveres, valorização da democracia, ética, respeito ao próximo, participação social, formação de consciência crítica e cuidado com o meio ambiente.

Entre as escolas cívico-militares, 106 aderiram ao modelo a partir de consultas públicas feitas entre novembro e dezembro de 2023. Outras 12 unidades tinham gestão federal, mas passaram para a rede estadual. Desde a implementação do modelo, as instituições integrantes apresentaram avanços como crescimento do Ideb 3% superior às demais escolas do Estado e aumento de 15% nos acertos da Prova Paraná, além da frequência 3% maior em comparação com os demais colégios.


FORMAÇÃO DOS DOCENTES – Outra preocupação do Paraná é com a melhoria no ambiente e nas condições de trabalho dos professores e demais profissionais que atuam na educação. Depois de dez anos sem contratação de novos docentes, o Governo do Estado no ano passado concurso público com 1,2 mil vagas para o Quadro Próprio do Magistério Estadual, que agora, neste mês de outubro, ampliou a chamada de mais 1,1 mil aprovados.

Os profissionais que atuam nas escolas também passam por capacitações e formações continuadas constantes, que permitem aos docentes atualizar seus conhecimentos para garantir a qualidade da educação e a adaptação às constantes mudanças sociais, tecnológicas e pedagógicas.

O Grupo de Estudos Formadores em Ação é um exemplo. Com objetivo de ressignificar as práticas pedagógicas curriculares, o programa teve início há quatro anos, iniciando com a oferta formação nas disciplinas de biologia, ciências, língua portuguesa e matemática para 2 mil educadores cursistas e 120 professores responsáveis pela instrução.

A Seed ampliou essa oferta para as disciplinas de geografia, história e química, contribuindo com a formação de mais de 6 mil professores cursistas e a participação de 400 professores formadores. Atualmente, o programa abrange as principais áreas do conhecimento definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tendo passado por significativa ampliação na oferta de vagas (31 mil) e de temas (74).

Toda a formação é desenvolvida com base em roteiros, que permitem estudo, planejamento e implementação da temática abordada em sala de aula. Podem participar todos os professores e pedagogos da rede estadual de ensino e a ideia é de que os profissionais envolvidos promovam uma mudança no processo de ensino e de aprendizagem dos estudantes. A consequência é, principalmente, o avanço nos índices de avaliação do Estado.

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