Projeto de lei transfere local de classificação da produção de fumo

Projeto visa transferir a classificação do fumo das indústrias para as propriedades rurais paranaenses

Repórter Jota Silva
Repórter Jota Silva - Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
4 Lidos
Segundo os parlamentares que assinam a matéria, a alteração do local de classificação do fumo vai garantir negociações de preços mais justas e transparentes, valorizando a produção paranaense. Créditos: Divulgação/Afubra

Os deputados estaduais Maria Victoria (PP), Alexandre Curi (PSD) e Anibelli Neto (MDB) apresentaram, nesta segunda-feira (13), o projeto de lei 119/2023 que visa transferir a classificação do fumo das indústrias para as propriedades rurais paranaenses. 

A classificação é a análise que organiza a produção em classes de acordo com a qualidade. O processo é realizado a partir de parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) com a finalidade de determinar o preço pago aos produtores.

Segundo os parlamentares, a alteração do local de classificação do fumo vai garantir negociações de preços mais justas e transparentes, valorizando a produção paranaense. O Paraná é o terceiro maior produtor no país, a produção envolve cerca de 22 mil famílias em 107 cidades.

“O projeto de lei tem o objetivo de garantir competitividade ao setor. Os fumicultores se queixam que a classificação do produto na indústria impacta diretamente na rentabilidade”, afirma Maria Victoria.

O deputado Alexandre Curi reforça que o projeto de lei é uma antiga reivindicação dos produtores de tabaco. “A medida vai fortalecer um setor que é totalmente formado por pequenos agricultores. Esses recursos a mais ficarão nas cidades aquecendo as economias locais”, explica.

O deputado Anibelli Neto (MDB), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Assembleia, explica que a aprovação da legislação é ainda mais necessária já que o Estado do Rio Grande do Sul aprovou uma lei semelhante no início do ano.

“As indústrias têm total condição de organizar uma logística eficiente para fazer a classificação da produção diretamente nas propriedades. É uma reivindicação antiga e justa do setor”, pontua.

“Num estado que é o terceiro produtor nacional de tabaco os fumicultores reclamam que a classificação do produto na indústria impacta na redução da área de plantio de fumo, sendo que muitos agricultores estão investindo na produção de frutas e verduras, visando ter maior rentabilidade, argumentam os autores do projeto”, diz a justificativa da matéria.

Qualidade

A classificação do tabaco é a análise técnica que organiza a produção em classes de acordo com a qualidade, realizada a partir de parâmetros estabelecidos por órgão competente com a finalidade de determinar o preço pago ao produtor. Para dirimir divergências quanto à classificação, as partes podem utilizar a arbitragem de terceiros, de forma consensual, estabelece a iniciativa.

O Brasil ocupa a terceira posição no ranking dos seis maiores produtores mundiais de fumo em folha, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, sendo que a China lidera o ranking, com 53% da produção mundial de tabaco, seguida pela Índia. O Paraná vem apresentando crescimento contínuo nesta produção e já alcançou 25% do volume produzido na safra de 2019/2020 em todo o país.

Recentemente, em cumprimento ao artigo 6 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, foram criadas novas alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, elevando o preço dos cigarros no mercado nacional.

Saiba mais:

  • 1,3 milhão de contribuintes podem resgatar R$ 105 milhões em créditos do Nota Paraná
Compartilhe este artigo
Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
Seguir:
O repórter Carlos Jota Silva possui uma trajetória diversificada na comunicação. Ele atuou como locutor em duas emissoras de rádio e foi diretor de comunicação na Associação do Jardim Alvorada, em Maringá, durante dois anos. Também atuou como assessor de imprensa parlamentar no gabinete do ex-vereador Doutor Jamal Fares. Jota é graduado em gerenciamento pelo Sebrae e foi representante comercial autorizado da SKY Brasil. Atualmente, ele se destaca como editor de áudio e vídeo, além de ser diretor geral e programador do site Saiba Já News, onde escreve artigos noticiosos. Nos anos 90, ainda na juventude, trabalhou como técnico eletrônico, uma profissão que herdou de seu pai. No início dos anos 2000, foi contratado como técnico autorizado para marcas como Sharp do Japão, Britânia, Gradiente, Philco e CCE. Sua paixão pela comunicação foi inspirada por seu pai, que nos anos 70 se dedicou à divulgação de anúncios e informações públicas e políticas em Santa Fé/PR e Alto Paraná/PR, utilizando autofalantes na praça, uma prática bastante comum na época.