Idosos e deficientes – Um grupo de professores, pesquisadores e estudantes está pesquisando formas de mudar a vida de muitos paranaenses por meio da tecnologia, inovação, mobilidade e projetos na área de Tecnologias Assistivas, promovendo qualidade de vida e autonomia para pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas idosas.
Numa articulação iniciada em 2019, o grupo, que atualmente conta com nove professores líderes de pesquisa, além de mestrandos e doutorandos, passará a contar com o apoio permanente da Fundação Araucária dentro do NAPI-TA (Novo Arranjo em Tecnologia e Inovação – Tecnologias Assistivas), um dos diversos NAPIs que o Estado desenvolve. Os NAPIs produzem conhecimento de forma colaborativa por pesquisadores paranaenses e de outras regiões, a partir de demandas prioritárias de desenvolvimento de setores estratégicos.
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Além da Fundação Araucária, participam do Napi-TA a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). O projeto também conta com a colaboração de universidades internacionais, hospitais e organizações sociais.
Para os próximos quatro anos, estão previstos investimentos de R$ 4,9 milhões, entre insumos e bolsas de mestrado, doutorado e iniciação científica para as pesquisas. “A constituição de um NAPI para Tecnologias Assistivas é uma oportunidade enorme para mostrar a contribuição que o Sistema de Ciência e Tecnologia do Estado pode dar numa área que é tão fundamental, impactando diretamente no dia a dia de pessoas, permitindo inclusão social e cidadania plena”, afirmou Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária.
O conceito de Tecnologias Assistivas engloba todos os instrumentos, serviços e técnicas que auxiliam na acessibilidade de PCDs e da população idosa, de forma que possam viver de forma independente, garantindo assim a cidadania plena e a promoção da inclusão social.
De acordo com Quelen Coden, umas das líderes de pesquisa e diretora de Desenvolvimento Social e Trabalho da Sejuf, a consolidação do NAPI-TA permitirá a elaboração de políticas públicas mais assertivas para o atendimento ao público idoso e/ou PCD. “Estamos realizando reuniões interinstitucionais para definir objetivos e prioridades, desde o 1º Workshop Internacional sobre Tecnologias Assistivas promovido pela Sejuf em novembro de 2019”, disse.
“Temos ótimos pesquisadores e muitas iniciativas isoladas nesta frente em nosso Estado. A forma de atuação dos NAPIs permite a otimização de ativos intelectuais e recursos. É um sistema de especialização inteligente”, acrescentou.
Segundo a professora Maria Lúcia Okumura, que também é líder de pesquisa pela PUC-PR, a interdisciplinaridade é fundamental para o sucesso do projeto. “Para atender essas demandas específicas precisamos de muitos profissionais de várias áreas como Saúde, Educação, Engenharia, Esporte e Música, assim como a participação ativa dos usuários”, afirmou.
Dentro do NAPI-TA, Maria Lúcia trabalha na área de acessibilidade para pessoas com deficiência visual no esporte e já registrou três patentes. Além disso, com o apoio de OSCs, foram desenvolvidas próteses por meio de impressoras 3D para pessoas com agenesia (ausência) de membros. A sede do laboratório de impressão 3D fica na cidade de São João do Ivaí, no Vale do Ivaí.
“O esforço conjunto entre a Sejuf e as universidades é muito importante pois trará contribuições significativas para a sociedade, proporcionando a inclusão, a sensibilização ao tema e a melhoria da vida por meio da universalidade”, afirmou.
O secretário estadual da Sejuf, Rogério Carboni, teve a oportunidade de conhecer os trabalhos do grupo nesta semana. “É indiscutível a diferença que faz na vida de uma pessoa uma prótese, após ter alguma parte do corpo mutilada, e isso interfere diretamente na autoestima e qualidade de vida. Essas tecnologias promovem não apenas a inclusão, como a melhora da autoestima dessas pessoas”, destacou.
DUAS FRENTES – A Sejuf também atua em duas frentes em parceria com os líderes de pesquisa, com intercâmbio com pesquisadores internacionais, que impacta diretamente na construção dos dados, monitoramento e implementação de políticas públicas, a exemplo do conjunto de indicadores referente às pessoas com deficiência, serviços e acessibilidade no Estado, a partir do ambiente Paraná Acessível e dos ambientes inteligentes para pessoas idosas.
Confira algumas das linhas de pesquisas dentro do NAPI-TA:
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Tecnologias e Linguagens da UFPR
– Linha de Pesquisa: Tecnologia Assistiva, Desenho Universal (DU) e Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) na perspectiva da Educação Inclusiva.
– Linha de Pesquisa: Pesquisa e desenvolvimento de materiais didáticos inclusivos, jogos didáticos acessíveis e tecnologias educacionais assistivas para o ensino de física/ciências.
Núcleo de Manufatura Aditiva e Ferramental da UTFPR
– Linha de Pesquisa: Uso de tecnologias de baixo custo na produção de moldes para próteses faciais.
– Linha de Pesquisa: Uso da impressão 3D para desenvolver dispositivos de auxílio à vida diária.
Laboratório de Engenharia de Reabilitação e Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da PUC-PR
– Linha de Pesquisa: Pesquisa e desenvolvimento em dispositivos, equipamentos, técnicas e tecnologias voltados ao diagnóstico, monitorização, terapêutica ou recuperação funcional de pessoas com deficiências sensoriais ou neuromotoras.
– Linha de Pesquisa: Informática em Saúde.
UENP
– Linha de Pesquisa: O Impacto das Políticas Públicas para a Pessoa com Deficiência sob a Ótica da Análise Econômica do Direito.
Galeria de imagens, aqui.
Fonte: AEN