Paraná inicia “Dose Zero” contra sarampo para proteger crianças e evitar reintrodução da doença

Proteja já! Paraná inicia "Dose Zero" para blindar crianças do sarampo.

Repórter Jota Silva
Paraná implanta “Dose Zero” do sarampo em crianças para prevenir reintrodução da doença no Estado

O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), inicia nesta semana a aplicação da “Dose Zero (D0)” da vacina contra o sarampo. A medida visa reforçar a imunização de crianças entre seis meses e 11 meses e 29 dias de idade, prevenindo a reintrodução da doença no estado. A orientação foi enviada às 22 Regionais de Saúde e repassada aos municípios.

Vacinas e público-alvo

O reforço na vacinação será realizado com 28,6 mil doses da vacina Dupla Viral (sarampo e rubéola), voltada para crianças de seis a oito meses e 29 dias. Já para crianças de nove meses a 11 meses e 29 dias, a recomendação é a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Os imunizantes foram enviados pelo Ministério da Saúde para o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar).

Medida preventiva contra reintrodução do sarampo

A estratégia segue a Nota Técnica nº 63/2025 do Ministério da Saúde, que orienta estados e municípios com maior circulação de pessoas e risco epidemiológico elevado. No Paraná, a vacinação será adotada em todos os 399 municípios.

Em 2024, o estado registrou 101,93% de cobertura na primeira dose da tríplice viral e 89,39% na segunda dose. Em 2025, os índices foram 99,35% na primeira dose e 80,86% na segunda.

“Optamos por incluir todos os municípios na Dose Zero, ampliando a proteção da população mais vulnerável e impedindo que o sarampo volte a circular no Paraná. A orientação é clara: vacinar, vacinar e vacinar ainda mais!” afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

O sarampo já teve casos autóctones confirmados em países vizinhos, como a Argentina. O último caso registrado no Brasil foi em junho de 2022, enquanto no Paraná, o último ocorreu em junho de 2020. A ação é uma medida preventiva para evitar a reintrodução do vírus no país.

Recomendações e busca ativa de vacinação

A Dose Zero não substitui as vacinas do calendário de rotina, que incluem tríplice viral aos 12 e 15 meses. Em casos de contato com suspeitos ou confirmados de sarampo ou rubéola, a D0 deve ser aplicada em até 72 horas após a identificação do caso.

A Sesa orienta os municípios a intensificar a busca ativa de pessoas com vacinação pendente, conforme o Calendário Nacional de Vacinação:

  • 5 a 29 anos – Duas doses, se não vacinados ou com esquema incompleto.
  • 30 a 59 anos – Uma dose.
  • Profissionais de saúde – Duas doses, independente da idade.

Todas as cidades possuem vacinas disponíveis para imunização imediata.

Monitoramento e medidas de controle

Para garantir eficiência na prevenção e controle, profissionais de saúde devem estar atentos à identificação precoce de casos suspeitos, realizando coletas de amostras para exames laboratoriais e notificando imediatamente as secretarias municipais, regionais e estadual de Saúde.

Principais sintomas do sarampo

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Febre alta
  • Exantema – manchas vermelhas iniciando no rosto e atrás das orelhas
  • Tosse, coriza e conjuntivite
  • Dor de cabeça, indisposição e diarreia

Não há tratamento específico para o sarampo, sendo essencial a identificação rápida e o isolamento domiciliar ou hospitalar por cinco dias após o surgimento das manchas vermelhas.