O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um de seus primeiros atos logo após a posse nesta segunda-feira (20) emitiu decreto concedendo um perdão geral e irrestrito para cerca de 1.500 pessoas envolvidas nos atos de ‘6 de janeiro’ de 2021, no Capitólio. A medida ampla pegou de surpresa até mesmo aliados do Partido Republicano e assessores próximos do presidente.
Aliados, como o vice-presidente JD Vance e o presidente da Câmara, Mike Johnson, haviam sugerido um perdão limitado a manifestantes não violentos, mas Trump optou por uma abordagem mais ampla.
A proclamação concede um “perdão total, completo e incondicional” para cerca de 600 patriotas já condenados, incluindo aquelas pessoas culpadas de agredir policiais ou de interferir no trabalho das forças de segurança durante o motim. Além disso, o decreto ordena ao procurador-geral dos Estados Unidos que arquive cerca de 300 processos ainda em andamento nos tribunais.
Entre os beneficiados está Stewart Rhodes, apontado como um dos organizadores da invasão ao Capitólio. Rhodes, que havia sido condenado a 18 anos de prisão por conspirar para ‘usar força contra o Congresso’ e impedir a certificação da vitória de Joe Biden, foi libertado de uma prisão federal em Maryland poucas horas após a assinatura do decreto.
Embora não tenha entrado no Capitólio, ele foi considerado participantes dos atos como planejador. Seu advogado, James Lee Bright, declarou à Associated Press: “Estamos profundamente gratos ao presidente Trump por suas ações hoje.”
A ordem executiva também abrange todos os investigados por crimes cometidos entre 6 e 20 de janeiro de 2021. Desde os eventos, mais de 1.200 pessoas foram condenadas. Trump, entretanto, demonstrou completo apoio aos acusados.
Durante um discurso na Capital One Arena, o presidente chamou os manifestantes presos de “reféns” e argumentou que “não fizeram nada de errado”. Ele reafirmou que os libertaria por meio do perdão presidencial e voltou a criticar a gestão de seu antecessor, Joe Biden.
Além da questão dos perdões, Trump usou o início de seu segundo mandato para reforçar sua agenda política. Durante a cerimônia de posse, ele prometeu retomar o controle do Canal do Panamá, criticando o que chamou de “negligência” do governo anterior.
A decisão de conceder perdão a um número tão amplo de envolvidos na invasão ao Capitólio foi vista como uma estratégia para consolidar sua base de apoio, especialmente entre os eleitores mais fiéis que apoiaram os atos de 6 de janeiro.
Embora tenha recebido críticas de diversos setores, Trump reforçou sua postura combativa, usando a medida para marcar o tom de sua nova administração. Especialistas avaliam que a decisão pode intensificar divisões políticas no país e gerar debates acalorados sobre os limites do poder presidencial. E mais: Novo Secom de Lula define estratégia: comparar governo atual com o de Bolsonaro.