Na ONU, Biden acusa Rússia de ser “única responsável” pela guerra na Ucrânia

Repórter Jota Silva
Repórter Jota Silva - Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
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Presidente Joe Biden durante discurso na ONU em Nova York

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, acusou nesta terça-feira (19) a Rússia de ser a “única responsável” pela invasão da Ucrânia e defendeu que nenhuma nação pode estar segura se permitir que a Ucrânia seja dividida.

“A Rússia acredita que o mundo ficará cansado e permitirá que a Ucrânia seja brutalizada sem consequências. Mas pergunto o seguinte: se abandonarmos os princípios fundamentais da Carta da ONU para apaziguar um agressor, algum Estado-membro pode se sentir confiante de que está protegido? Se permitirmos que a Ucrânia seja divida, alguma nação estará segura?”, perguntou Biden em discurso na Assembleia Geral da ONU.

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O líder norte-americano criticou a “agressão crua” da Rússia e pediu aos líderes mundiais que defendam a soberania da Ucrânia, a fim de “dissuadir outros possíveis agressores amanhã”.

As referências à invasão russa da Ucrânia ocuparam apenas alguns minutos do discurso de cerca de meia hora de Biden, que preferiu tratar de um largo leque de temas sobre os desafios climáticos, digitais e sociais que o mundo enfrenta.

A crise climática é “uma ameaça existencial para toda a humanidade”, alertou Biden, referindo-se às ondas de calor, aos incêndios, às inundações e à seca que atingiram várias partes do globo nos últimos meses.

Biden prometeu trabalhar com outros países, mesmo rivais, para conseguir que a inteligência artificial seja uma ferramenta a serviço da humanidade e não um risco para ela.

O presidente disse que todos esses desafios são um problema global, que deve ser enfrentado com projetos comuns. “O nosso futuro está ligado ao seu futuro”, disse Biden, olhando para os líderes presentes na assembleia geral da ONU e pedindo mais cooperação entre os Estados-membros, mesmo aqueles que são rivais.

Relativamente à China, Biden afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos em conseguir que a concorrência não se torne conflitante. “Sobre a China, deixem-me ser claro. Tudo faremos para que a concorrência não degenere em conflito”, prometeu o líder norte-americano, destacando os esforços comuns entre os EUA e a China na área climática.

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Biden disse ainda que o seu governo continua comprometido com o controle de armas nucleares, criticando a Rússia e o Irã por não respeitarem acordos internacionais nesse sentido. Ele reconheceu que os esforços comuns em várias áreas têm sido insuficientes para resolver conflitos em várias partes do planeta.

Por isso, o presidente pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que autorize o envio para o Haiti de força internacional a fim de ajudar as forças de segurança a lutar contra as gangues que ameaçam a estabilidade política daquele país.

“O povo do Haiti não pode esperar por muito mais tempo”, disse Biden, que informou ter pedido ao Banco Mundial mais fundos para ajudar os países em desenvolvimento, particularmente a África.

Biden admitiu que muito dessa ajuda precisa de organizações reformadas e com mais eficácia de intervenção, em um mundo multilateral do século 21.

O líder norte-americano reconheceu que é necessário o início de “consultas sérias” para ampliar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, composto por apenas 15 membros, dos quais apenas cinco (incluindo os EUA) têm poder de veto.

“Precisamos de mais vozes, de mais perspectivas à mesa de negociações”, disse Biden, apelando à ONU que continue a lutar para garantir a paz e aliviar o sofrimento humano.

O presidente dos EUA comprometeu-se com a continuidade da luta contra a corrupção e a defesa da democracia, que reconheceu estar sob ameaça em várias partes do mundo.

Anunciou que o seu governo trabalha com o G7 para obter cerca de 600 bilhões de euros para vários projetos de desenvolvimento em benefício da população mundial mais vulnerável.

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