Mais de 12,5 mil pessoas privadas de liberdade no Paraná se inscreveram nas provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja PPL) 2025, realizadas nesta terça e quarta-feira (23 e 24). O exame tem o mesmo nível de dificuldade do Encceja regular, mas é aplicado dentro das unidades penais indicadas pelos órgãos de administração prisional e socioeducativa.
Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Encceja é um exame voluntário e gratuito, destinado a jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental ou médio na idade apropriada. A prova avalia competências, habilidades e saberes adquiridos tanto no ambiente escolar quanto em experiências de vida.
Neste ano, o Paraná registrou número recorde de inscritos: foram 12.551 participantes – 6.899 para o ensino fundamental e 5.652 para o ensino médio. As provas ocorreram nas próprias unidades onde os participantes estão custodiados, como Penitenciárias, Cadeias Públicas, Casas de Custódia, Complexos Sociais, Colônias Penais e Associações de Proteção e Assistência ao Condenados (APAC), entre outros estabelecimentos do sistema prisional.
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“Dentre as várias ações educacionais da Polícia Penal do Paraná (PPPR), há uma grande preocupação da administração no sentido de viabilizar ao máximo de custodiados o acesso aos estudos, já que muitos deles não finalizaram na idade ou tempo adequados, ou mesmo fora do ambiente prisional”, explica o diretor-adjunto da PPPR, Maurício Ferracini.
“Nós temos toda uma equipe de professores e pedagogos para atender essa demanda, como é o caso do Encceja para as pessoas privadas de liberdade. Isso possibilita a conclusão de determinadas matérias e possibilita o avanço no ensino fundamental ou ensino médio. Quando essa pessoa sair do ambiente prisional, terá sua situação de estudos regularizada e poderá dar continuidade, almejando, inclusive, participar de um ensino superior no futuro”, acrescenta.
Do total de inscritos, 9.382 pertencem a estabelecimentos penais, sendo 4.953 para ensino fundamental e 4.429 para ensino médio; 3.081 são de cadeias públicas, com 1.897 do ensino fundamental e 1.184 do ensino médio; e 88 correspondem às Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) – 49 do ensino fundamental e 39 do ensino médio.
O aumento do número de pessoas privadas de liberdade inscritas é resultado do trabalho conjunto da Divisão de Educação e Capacitação, setores de pedagogia das unidades penais e apoio dos policiais penais que incentivam a inscrição e a participação dos privados de liberdade no exame.
REFERÊNCIA NO PAÍS – O Paraná é referência nacional na oferta de educação para pessoas privadas de liberdade. Atualmente, 9.556 custodiados em unidades prisionais do Estado estão matriculados, sendo 5.617 no ensino fundamental, 3.821 no ensino médio e 118 no ensino superior.
Com 41.382 pessoas privadas de liberdade, isso significa que quase um quarto está estudando, refletindo diretamente no baixo índice de analfabetismo, que hoje é de apenas 0,49%.



