Moraes recua e Bolsonaro agora pode dar entrevistas e fazer discursos em público, mas veta uso do conteúdo por terceiros nas redes sociais

Moraes advertiu que a replicação dessas falas por terceiros nas redes sociais pode ser interpretada como descumprimento das ordens judiciais.

Repórter Jota Silva

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode dar entrevistas e fazer discursos em público, mas com a condição de que respeite as medidas cautelares impostas. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (24), mantém as restrições ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento noturno.

Apesar da liberação para se manifestar publicamente, Moraes advertiu que a replicação dessas falas por terceiros nas redes sociais pode ser interpretada como descumprimento das ordens judiciais. Ele destacou que a proibição de uso das redes sociais por Bolsonaro inclui também o uso indireto, para evitar que o ex-presidente use terceiros para burlar a decisão.

Moraes alertou que, caso Bolsonaro desrespeite as restrições, as medidas cautelares podem ser revogadas e a prisão preventiva decretada. A decisão do ministro mantém a proibição de o ex-presidente usar redes sociais, seja diretamente ou indiretamente.

Eduardo Bolsonaro: “Moraes tenta me censurar usando meu pai como refém”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que está proibido de divulgar conteúdo referente a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração surge após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), esclarecer que Jair Bolsonaro pode conceder entrevistas, desde que não sejam “instrumentalizadas” pelo filho.

Em sua manifestação, Eduardo Bolsonaro interpretou a decisão de Moraes como uma tentativa de censurá-lo, alegando que o ministro estaria ameaçando prender seu pai por atos que ele próprio, Eduardo, venha a praticar. O deputado comparou a situação a regimes totalitários, como Cuba, China e Coreia do Norte, que, segundo ele, ameaçam familiares de dissidentes políticos.

“É a tentativa tosca e desesperada de me censurar usando meu pai como refém”, declarou Eduardo Bolsonaro, chamando o ministro de “tirano covarde”.

Compartilhe este artigo