Confronto no Complexo do Alemão e da Penha deixou 121 mortos, incluindo chefes regionais do Comando Vermelho e quatro policiais. Facção usava arsenal de guerra com fuzis europeus e drones.
O Governo do Rio de Janeiro divulgou, na manhã desta sexta-feira (31), a lista de parte dos suspeitos mortos na megaoperação de terça-feira (28), a mais letal da história recente do país, que durou mais de 15 horas no Complexo do Alemão e da Penha. O saldo total da violência foi de 121 mortos, sendo quatro deles policiais.
A lista parcial divulgada revela o alto escalão do crime organizado. Os mortos incluíam chefes do tráfico com atuação em pelo menos cinco estados, o que reforça a tese das forças de segurança de que os complexos do Rio servem como quartel-general do Comando Vermelho (CV).
O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, ressaltou que todas as ordens e diretrizes para os estados onde o CV atua partem destas áreas.
| Suspeito | Cargo e Região de Atuação |
| PP | Chefe do tráfico no Pará |
| Chico Rato | Chefe do tráfico em Manaus (AM) |
| Gringo | Chefe do tráfico em Manaus (AM) |
| Mazola | Chefe do tráfico em Feira de Santana (BA) |
| DG | Chefe do tráfico na Bahia |
| FB | Chefe do tráfico na Bahia |
| Fernando Henrique dos Santos | Chefe do tráfico em Goiás |
| Rodinha | Chefe do tráfico em Goiânia (GO) |
| Russo | Chefe do tráfico em Vitória (ES) |
Até o momento, 99 suspeitos foram identificados, sendo que 78 tinham antecedentes criminais e 42 possuíam mandados de prisão em aberto.
🚨 A “Escalada Bélica” do Comando Vermelho: Armas Europeias e Drones
A operação também expôs a “escalada bélica” do Comando Vermelho, que aprimorou drasticamente seu “arsenal de guerra”. Durante os confrontos, a facção utilizou:
- Armamento Sofisticado: Foram apreendidos 91 fuzis, em sua maioria dos calibres 5.56 e 7.62, com modelos fabricados na Europa e outros países da América do Sul (Venezuela, Argentina, Peru). Especialistas destacam a presença de fuzis modernos como o G3 e o AKs-47, este último de uso de exércitos europeus.
- Rotas de Contrabando: Segundo a Polícia Civil, o armamento chega ao Brasil principalmente via Paraguai. Há indícios de que componentes são adquiridos legalmente pela internet e as armas são montadas no país.
- Tecnologia de Guerra: Criminosos usaram drones para dois fins: monitoramento das ações policiais e, de forma inédita, para lançar granadas contra os agentes de segurança.
A denúncia do Ministério Público do RJ (MPRJ), que originou a operação, já destacava a modernização do crime. Mensagens de integrantes da facção, como Carlos “Gardenal”, revelam a busca por drones de maior tecnologia, inclusive para “monitoramento noturno”, com a justificativa: “A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”

