Maringá Alerta para Risco Médio de Dengue: 80% dos Focos Estão Dentro de Casa

Prefeitura apresenta 2º levantamento do índice de infestação da dengue. Os dados mostram que 80% dos focos de dengue foram encontrados no interior das residências. O índice foi de 2,3%, classificado como risco médio pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

Repórter Jota Silva
Os dados mostram que 80% dos focos de dengue foram encontrados no interior das residências (Credito: Rafael Macri/PMM)

A Prefeitura de Maringá, através da sua Secretaria de Saúde, divulgou nesta terça-feira, 13 de maio de 2025, os resultados do segundo Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRA) de 2025. A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 9 de maio, aponta para um índice de infestação de 2,3%, o que classifica o município em risco médio para a dengue, segundo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dado alarmante revelado pelo levantamento é que 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti foram encontrados no interior das residências maringaenses.

Este resultado sublinha a importância crucial da vigilância e da eliminação de potenciais criadouros dentro dos lares, reforçando a necessidade de ações preventivas contínuas por parte de cada cidadão. A colaboração da população é fundamental para reverter este cenário e evitar um aumento nos casos de dengue na cidade.

Lixo Inadequado e Pequenos Recipientes Lideram a Lista de Focos

O LIRA de maio de 2025 detalhou os principais tipos de recipientes onde as larvas do mosquito transmissor da dengue foram encontradas. O lixo descartado inadequadamente continua sendo o principal vilão, correspondendo a expressivos 45,41% dos focos identificados. Entre os resíduos mais comuns que acumulam água e servem de criadouro estão tampas de garrafa PET, copos descartáveis e embalagens de produtos em geral. Este dado reforça a necessidade de um descarte consciente e responsável dos resíduos sólidos, evitando o acúmulo em locais abertos e suscetíveis ao acúmulo de água da chuva.

Em segundo lugar na lista de criadouros, com 30,69% dos focos, estão os pequenos recipientes móveis, itens comuns em praticamente todas as residências. Pratos utilizados sob vasos de plantas e reservatórios de água de geladeiras se destacam nesta categoria, muitas vezes negligenciados durante a rotina de limpeza doméstica. A atenção a estes pequenos detalhes pode fazer uma grande diferença na prevenção da proliferação do mosquito.

Pneus Descartados Incorretamente Representam Risco Significativo

Um ponto de atenção levantado pelo LIRA deste ano é o aumento da incidência de focos em pneus, que representaram 9,21% dos criadouros de dengue. O secretário de Saúde, Antonio Carlos Nardi, enfatizou a gravidade desta situação: “Muitos pneus são descartados de forma inadequada em vias públicas do município, representando um risco para a população. É fundamental alertar os cidadãos sobre a importância do descarte correto do lixo e a verificação de recipientes que possam acumular água parada”. O descarte inadequado de pneus, além de contribuir para a proliferação do Aedes aegypti, também gera outros problemas ambientais.

Outros Focos Importantes: Armazenamento de Água e Depósitos Fixos

O levantamento também identificou outros locais que servem como potenciais criadouros do mosquito da dengue em Maringá. Os armazenamentos de água para consumo humano, como tambores e toneis, representaram 7,63% dos focos. Já os depósitos fixos, que incluem caixas d’água (especialmente as mal tampadas), baldes, calhas entupidas, piscinas sem tratamento adequado, telhados com áreas de acúmulo de água e ralos, foram responsáveis por 7,04% dos focos encontrados. A manutenção regular e a vedação correta destes recipientes são essenciais para evitar a reprodução do Aedes aegypti.

Redução de Casos de Dengue Indica Conscientização, Mas Alerta Permanece

Apesar do índice de risco médio apontado pelo LIRA, Maringá registra um total de 2.565 casos confirmados de dengue e quatro óbitos neste período epidemiológico, além de casos que ainda estão sob investigação. O secretário de Saúde, Antonio Carlos Nardi, destacou uma notícia positiva, mas reforçou a necessidade de cautela: “No mesmo período do ano passado, Maringá registrou mais de 10 mil casos confirmados. A redução indica uma maior conscientização da população e a eficácia das nossas ações de prevenção. Precisamos manter os cuidados, o ciclo do mosquito é de sete dias, pode piorar rapidamente se cada um de nós não fizer a sua parte”. A comparação com o ano anterior demonstra um avanço significativo no controle da doença, mas a presença de novos focos e casos exige a manutenção e intensificação das medidas preventivas.

Apenas Cinco Bairros Apresentam Baixo Risco de Infestação

O LIRA também permitiu identificar as áreas do município com maior e menor risco de infestação pelo Aedes aegypti. Conforme o levantamento, apenas cinco bairros de Maringá apresentaram risco baixo de infestação: Paris IV, Jóquei, Esperança, Universo e Grevíleas III. Este dado direciona as ações da Secretaria de Saúde para as áreas com maior índice de infestação, permitindo uma atuação mais eficaz e focada no controle do vetor da dengue.

LIRA: Ferramenta Estratégica para o Combate Contínuo à Dengue

O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRA), realizado a cada quatro meses pela Prefeitura de Maringá, é uma ferramenta essencial para o planejamento estratégico das ações de combate à dengue no município. Os resultados detalhados do levantamento fornecem informações cruciais para guiar as equipes de Vigilância em Saúde na identificação das áreas de maior risco e dos principais tipos de criadouros. Esta análise permite avaliar a eficácia das metodologias de controle adotadas e direcionar as atividades de conscientização e prevenção junto à população de forma mais assertiva. A continuidade do LIRA é fundamental para o monitoramento constante da situação da dengue em Maringá e para a adoção de medidas proativas que protejam a saúde da comunidade.

Em suma, o segundo LIRA de 2025 em Maringá aponta para um risco médio de dengue, com a maioria dos focos sendo encontrados dentro das residências e o lixo descartado inadequadamente como principal criadouro. Apesar da redução no número de casos em comparação com o ano anterior, a Secretaria de Saúde reforça o alerta e a necessidade da colaboração de toda a população na eliminação de água parada e no descarte correto do lixo para evitar a proliferação do Aedes aegypti e proteger a saúde de todos.

Confira a apresentação do 2º Lira de 2025 no anexo abaixo.

Anexos

O secretário de Saúde, Antonio Carlos Nardi, enfatizou a gravidade desta situação: “Muitos pneus são descartados de forma inadequada em vias públicas do município, representando um risco para a população. É fundamental alertar os cidadãos sobre a importância do descarte correto do lixo e a verificação de recipientes que possam acumular água parada”