O Paraná alcançou um novo recorde na produção de feijão, totalizando quase 865 mil toneladas nas duas primeiras safras do ciclo 2024/25. A segunda safra, que encerrou a colheita esta semana com 526,6 mil toneladas, somou-se às 338 mil toneladas da primeira safra, consolidando o estado na liderança nacional, responsável por aproximadamente um quarto da produção brasileira. Os dados foram divulgados no Boletim de Conjuntura Agropecuária do Deral (Departamento de Economia Rural), referente à semana de 11 a 17 de julho.
Apesar do recorde na produção total, a segunda safra de feijão apresentou uma redução de 25% na área plantada em comparação com o ano anterior, resultando em uma colheita menor. No entanto, o aumento expressivo de 102% na primeira safra compensou essa queda. Segundo o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral, as duas primeiras safras são as mais relevantes para a oferta estadual.
A alta disponibilidade do produto já reflete nas cotações: a saca de feijão preto está em cerca de R$ 121,00, uma queda de 44% em relação a julho do ano passado, quando valia R$ 228,38. A tendência é que a baixa nos preços leve os produtores a reduzir a área plantada para a primeira safra 2025/26.
- Paraná: destaque nacional na geração de empregos e inclusão etária; Contratações de trabalhadores com 50 anos ou mais crescem 17%
- Paraná inaugura a maior biofábrica do mundo de mosquitos da dengue para combater a doença
- Padrão de primeiro mundo! Paraná conclui modernização da rodovia PRC-280 com 140 quilômetros de concreto
Situação do Milho e Impacto das Geadas
A colheita da segunda safra de milho 2024/25 atingiu 29% da área plantada de 2,7 milhões de hectares, um avanço em relação à média dos últimos cinco anos. Contudo, as condições das lavouras que ainda não foram colhidas pioraram. As áreas em boas condições caíram de 68% para 64%, enquanto as classificadas como ruins subiram para 15%, provavelmente devido às geadas no final de junho.
Nova Tarifa dos EUA Preocupa Produtores de Mel e Carne Bovina
A imposição de uma tarifa adicional de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras afeta diretamente os setores de mel e carne bovina. Os EUA são o principal destino do mel paranaense, absorvendo 84,1% do volume total exportado. No primeiro semestre de 2025, o Paraná exportou 3,8 mil toneladas de mel, gerando US$ 12,3 milhões, dos quais US$ 9,6 milhões vieram dos EUA.
No setor de bovinos, a preocupação também é grande, já que os Estados Unidos foram o segundo maior comprador da carne brasileira em 2024. As cotações da arroba bovina já acumulam queda de 5,29% em julho.
Destaque da Horticultura e Suinocultura no Paraná
A horticultura teve um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 6,2 bilhões em 2024, com a batata liderando a olericultura (R$ 1,4 bilhão) e a laranja se destacando na fruticultura (R$ 1,2 bilhão). A floricultura movimentou R$ 271,7 milhões. Apesar de uma participação menor na economia rural geral, a horticultura é vital para a geração de empregos e renda em diversas regiões.
Na suinocultura, o Paraná liderou as exportações brasileiras de suínos reprodutores de raça pura no primeiro semestre de 2025, com US$ 352 mil, o que representa 48,8% da receita nacional. O Paraguai foi o principal destino dessas exportações.