Ondas de calor, seca e inundações são resultados das alterações climáticas nos últimos 60 anos. Um levantamento, de 2022, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão responsável pelo monitoramento climático nacional e membro integrante da Organização Meteorológica Mundial (OMM), indicou a possibilidade de aumento na frequência, intensidade e/ou duração desses eventos extremos climáticos.
A publicação das Normais Climatológicas do Brasil para o período de 1991-2020 fez um comparativo com a edição anterior (1961 – 1990), e tinha como objetivo principal analisar as mudanças no clima do Brasil nos últimos 60 anos. De modo geral, houve redução de chuva e as temperaturas do País estão elevadas em 1,5°C. A constatação se deve a diferença entre as normais, onde é possível perceber esse aumento gradativo (tons em laranja e vermelho nos mapas da figura 1a) da temperatura média em todo Brasil.
As regiões Nordeste, Norte e parte da Região Centro-Oeste foram as que tiveram mais alterações, conforme o levantamento sobre as ondas de calor. O mapa da figura 1a mostra que, especialmente, na divisa dos estados do Pará e Tocantins, bem como na divisa entre o Maranhão e o Piauí, as temperaturas estão acima 1,5°C.
Ondas de calor, temperaturas máximas e mínimas
Ondas de calor, no que tange a avaliação sobre as temperaturas máximas e mínimas foram observadas tendências de aumento sobre o centro-norte do País. Em São Gabriel da Cachoeira (AM) foi observado um aumento de 2,2°C e em Bacabal (MA), um aumento de 1,8°C nos valores de temperatura máxima (figura 1b).
Há, inclusive, um destaque para as estações meteorológicas do Inmet, localizadas em Palmas (TO), com aumento de 2,0°C; em Conceição do Araguaia (PA), com 1,9°C de aumento e, em Floriano (PI), com aumento 1,6°C.

Figura 1: (a) Temperatura média compensada (°C) e (b) Temperatura máxima (°C).
Ainda conforme o levantamento sobre as ondas de calor, nos últimos anos, na divisa do Pará com Tocantins, as temperaturas durante as manhãs se mostram cada vez mais elevadas (figura 2). Foi observado acréscimo de 2,6°C nas temperaturas medidas pelas estações meteorológicas de Conceição do Araguaia (PA) e Palmas (TO).
Já nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina este aumento (ondas de calor) é menos pronunciado. O sudoeste do Rio Grande do Sul, por sua vez, teve um ligeiro resfriamento nas temperaturas (-0,2°C).

Figura 2: Diferença anual entre as Normais Climatológicas do Brasil. Temperatura mínima (°C).
Chuva
Sobre a chuva, o levantamento também observou redução em toda a Região Nordeste (tons laranja no mapa da figura 3) com valores maiores que 100 milímetros (mm). O destaque ficou com a estação de Cipó (BA), onde houve uma redução do acumulado de chuva anual de 685,8 mm, seguido por Parnaíba (PI), com redução de 599,5 mm e Aracaju (SE), com 505,9 mm.
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, além de algumas áreas da Região Norte, também foram identificadas reduções menos intensas de chuva (tons em amarelo no mapa da figura 2), com valores entre 50 e 100 mm.
Já na Região Sul, oeste da Região Norte, além de áreas da Região Sudeste, as chuvas apresentaram um aumento de 100 a 250 mm nos últimos anos (tons de azul), principalmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Roraima e Acre.
Em Codajás (AM) houve aumento de 741,9, em Bambuí (MG) de 590,2 mm e em Chapecó (SC) de 509,1 mm.

Figura 3: Precipitação (chuva) em milímetros (mm).
É importante ressaltar que os resultados foram obtidos a nível anual e que os mapas podem ser acessados no portal do Inmet para todos os meses do ano (Clique AQUI). O Inmet reforça que segue monitorando o tempo e o clima no Brasil publicando seus boletins e notas mensais.
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