Delegações tentam chegar a um acordo final baseado no Plano de Paz do presidente dos EUA, Donald Trump, que prevê a desmilitarização de Gaza e a libertação de reféns em troca de presos palestinos.
As negociações indiretas entre as delegações de Israel e do Hamas para um cessar-fogo em Gaza começaram nesta segunda-feira (6), na cidade turística de Sharm El Sheikh, no Egito. As conversas, que contam com a mediação crucial dos Estados Unidos (EUA), buscam um acordo final para encerrar os dois anos de guerra, tendo como ponto de partida o plano de paz apresentado pelo presidente americano, Donald Trump.
Os Pontos Chave do Plano de Paz dos EUA para Gaza
A Casa Branca divulgou os detalhes da proposta que visa não apenas o fim dos combates, mas também a reestruturação política e de segurança da Faixa de Gaza:
- Cessar-Fogo e Troca de Prisioneiros: O plano exige um cessar-fogo permanente. Em troca, o Hamas libertaria todos os reféns mantidos em Gaza (vivos ou mortos), enquanto Israel libertaria prisioneiros palestinos e devolveria restos mortais de pessoas de Gaza. Fontes do Hamas indicaram que aceitam liberar os reféns vivos imediatamente.
- Desmilitarização e Retirada: A proposta inclui a desmilitarização total de Gaza e a destruição de toda a infraestrutura militar do Hamas. As forças israelenses realizariam uma retirada gradual da região.
- Anistia ao Hamas: Integrantes do Hamas que se renderem e desmantelarem suas armas poderiam receber anistia. O grupo, contudo, seria obrigado a abdicar de qualquer participação no futuro governo do território.
- Governo de Transição: Gaza seria governada por um órgão internacional temporário, o “Conselho da Paz”, presidido por Donald Trump e com membros como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. O controle seria, posteriormente, cedido à Autoridade Palestina.
- Não-Anexação: O acordo sugere que o território palestino não seria anexado por Israel.
Posição das Partes
Tanto Israel quanto o Hamas demonstraram sinais de aceitação do plano, mas a rodada de negociações visa definir os termos técnicos e garantir o cumprimento dos pontos mais delicados.
- Israel afirmou concordar com o plano e enviou sua delegação para o Egito.
- O Hamas declarou que aceita libertar todos os reféns no início do cessar-fogo e renunciaria ao controle do território, mas ressaltou que alguns elementos do plano necessitam ser negociados.
A rapidez é um fator crucial, com o presidente Trump exigindo que os negociadores “ajam rapidamente” para evitar o risco de o conflito retornar com força total caso as conversas fracassem.