Teerã, Irã – Em uma escalada dramática de tensões, o Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometeu nesta sexta-feira (13) uma resposta “amarga e dolorosa” aos ataques aéreos de Israel que, segundo Teerã, vitimaram altos comandantes militares, cientistas e causaram danos significativos a instalações nucleares e fábricas de mísseis.
A ofensiva israelense, que marcou o início desta sexta-feira com ataques em diversas regiões iranianas, é descrita por Teerã como um ato de agressão “sem precedentes”. O Aiatolá Khamenei não poupou palavras ao condenar a ação: “O regime sionista cometeu um crime em nosso querido país hoje ao amanhecer, com suas mãos satânicas e ensanguentadas. Revelou sua natureza maliciosa ainda mais do que antes, ao atacar áreas residenciais. O regime sionista deve se preparar para uma punição severa”, declarou o líder supremo em uma mensagem contundente.
Irã Nega Retaliação Imediata e Promete Vingança
Embora Israel tenha alegado que o Irã já retaliou com ataques de drones, as autoridades iranianas negam veementemente, insistindo que a verdadeira resposta ainda está por vir. Khamenei reforçou essa postura, afirmando que “as Forças Armadas do país não deixarão Israel impune”.
O líder supremo fez questão de sublinhar a perda de importantes figuras militares e científicas: “Nos ataques inimigos, vários comandantes e cientistas foram martirizados. Se Deus quiser, seus sucessores e colegas continuarão com suas funções sem demora. Com esse crime, o regime sionista preparou para si um destino amargo e doloroso, que certamente verá”, concluiu Khamenei, em uma fala que destaca a resiliência e a determinação do Irã em seguir adiante.
#ÚltimaHora
Israel ataca a los líderes Irán.
Militares y científicos en armamentismo, están siendo eliminados.
Dios bendiga al pueblo valiente de Israel y civiles.
Basta de tantas muertes ocasionadas por los iraeniles. pic.twitter.com/UJ0XtQUJBM
— JAVIER. México en resistencia civil. (@PorMiMexico71) June 13, 2025
Vítimas de Alto Escalão e a Reação Militar Iraniana
Entre os altos militares mortos nos ataques israelenses, foram confirmados o Comandante em Chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami, o comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbiya, o tenente-general Gholamali Rashid, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Mohammad Hossein Bagheri. O Irã agiu rapidamente na substituição desses comandantes, garantindo a continuidade de suas operações.
O Estado-Maior das Forças Armadas do Irã emitiu um comunicado veiculado pela agência de notícias Fars News, sublinhando que “não há limites para responder à agressão de Israel”. A declaração adicionou: “Vingar o sangue dos mártires desta agressão é uma missão que as Forças Armadas colocaram em sua agenda e não descansarão até que seja cumprida”, reforçando a seriedade da ameaça.
🚨 #AHORA
Así ataca Israel a Irán pic.twitter.com/xUWU9eREfa
— BASES (@BasesLibertad) June 13, 2025
Contexto da Crise Nuclear e Pressão Internacional
O recente ataque israelense é justificado por Tel-Aviv sob a alegação de que o Irã estaria desenvolvendo armas atômicas, com potencial ameaça a Israel. O Irã, por sua vez, nega categoricamente essas acusações, sustentando que sua tecnologia nuclear visa exclusivamente fins pacíficos, como a produção de energia.
A República Islâmica é signatária do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já acusou Teerã de violar certas obrigações. Em contrapartida, Israel é um dos poucos países no mundo que não assinou o TNP, o que adiciona complexidade à dinâmica regional.
A situação é ainda mais complicada pela pressão exercida pelos Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump, por exemplo, elogiou os ataques de Israel contra Teerã e instou o Irã a aceitar um acordo sobre a questão nuclear, evidenciando o envolvimento de potências globais nesse intrincado tabuleiro geopolítico.

