A defesa de Carlos Augusto Ferreira, secretário municipal de Fazenda de Maringá, licenciado do cargo, introduziu um novo elemento na investigação da Operação Mafiusi: a alegação de que ele foi confundido com um homônimo. A operação da Polícia Federal (PF) apura um esquema de lavagem de dinheiro internacional ligado à vida particular de Ferreira e a fatos ocorridos antes de sua nomeação na prefeitura.
Carlos Augusto Ferreira foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última quinta-feira, tendo seu celular e três carros de luxo apreendidos em Maringá. A investigação da PF aponta uma suposta ligação dele com a PINBANK, uma fintech de crédito. A defesa esclarece que o secretário teria sido presidente da empresa por apenas 18 dias, e que o suposto envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro remonta a um período, anterior ao seu ingresso na administração municipal.
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A Tese da Confusão de Identidade
Em comunicado, o advogado do secretário argumenta que a pessoa citada nas mensagens do processo com o apelido “Carlão”, “Carlos Pim Banc” e um número de telefone com código dos Estados Unidos não seria o secretário de Maringá.
A defesa alega que a pessoa em questão seria, na verdade, Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio da PINBANK no Brasil. As evidências apresentadas para sustentar a tese de confusão de identidade são o número de telefone com código dos EUA e o nome citado em registros, reforçando o erro de identificação.
A defesa de Carlos Augusto Ferreira afirma que já comunicou os fatos ao Ministério Público Federal (MPF) e aguarda as providências para desvincular o nome do secretário do inquérito.
Posicionamento da Prefeitura
A Prefeitura de Maringá confirmou que a licença temporária do secretário tem como objetivo garantir sua ampla defesa, permitindo que ele resolva a questão de sua vida particular, sem interferência em suas funções públicas.
Em nota oficial, o município reiterou a lisura de seus procedimentos, destacando que, no processo de nomeação de secretários, todas as certidões são devidamente verificadas, e que o servidor não apresentava qualquer registro desabonador à época de sua posse. A Prefeitura conclui que “reitera a confiança nas instituições, no devido processo legal e no direito à ampla defesa”.
O prefeito Silvio Barros afirmou que está aguardando novas informações do caso para reavaliar seu posicionamento. “É claro que um assunto desta gravidade envolvendo uma pessoa importante precisa da manifestação do prefeito e aqui esclareço a minha posição. Antes de me pronunciar, porém, era preciso tomar conhecimento dos fatos e é isso que tenho feito”, declarou o prefeito.
Nota de Esclarecimento – Carlos Augusto Ferreira
Depois de ser surpreendido ao ser alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito de uma investigação, se recolheu para avaliar com cautela toda a documentação a que teve acesso, especialmente o que foi divulgado pela imprensa.
Durante essa análise, identificou um equívoco: a principal evidência mencionada na investigação são prints de supostas conversas entre ele e um operador financeiro ligado ao tráfico internacional. No entanto, nesses registros é possível observar o nome e o número de telefone de uma terceira pessoa — “Carlão Carlos Pim Banc” (+1 786 337-1938, dos Estados Unidos) — que, na realidade, é o senhor Carlos de La Cruz Hyppolito, sócio do Pinbank Brasil.
Portanto, trata-se de outra pessoa. Carlos Augusto Ferreira reitera que não tem qualquer ligação com o fato investigado. Munido dessas informações, comunicou a Defesa e o Ministério Público para providências.

