Haddad Defende “Reglobalização Sustentável” e Tributação de Super-Ricos em Reunião do BRICS

Repórter Jota Silva
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Rio de Janeiro, 5 de julho de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, utilizou o discurso de abertura da Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do BRICS para propor uma “reglobalização sustentável”. Segundo o ministro, trata-se de “uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”.

Haddad também reforçou o apoio do Brasil à criação de um acordo tributário global mais justo pelas Nações Unidas. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou.

BRICS como Pilar para uma Nova Globalização

O ministro destacou a legitimidade do BRICS para liderar essa transformação, lembrando que o bloco, com seus 11 membros permanentes, representa quase metade da humanidade. “Nenhum outro foro possui hoje maior legitimidade para defender uma nova forma de globalização”, pontuou.

Haddad relembrou, ainda, a atuação do Brasil na presidência do G20, que resultou no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e na defesa da tributação progressiva dos super-ricos. Para ele, a cooperação multilateral é a única resposta aos desafios globais, como o aquecimento global e a busca por uma vida digna para a maioria da população.

Crise Climática e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre

Sobre a crise climática, o ministro ressaltou que os países do BRICS estão inovando para acelerar a transição ecológica. Ele destacou as discussões em torno da criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que visa impulsionar economias de baixo carbono. A proposta prevê que países desenvolvidos, historicamente mais poluentes, invistam mais na manutenção desse fundo.

Haddad expressou otimismo quanto ao papel do BRICS na criação do TFFF, prevendo um anúncio significativo durante a COP 30. “Em parceria com o BRICS, almejamos consolidar-nos como um porto seguro em um mundo cada vez mais instável. Serenidade e ambição, são, portanto, as marcas da nossa presidência”, concluiu.


Entenda o BRICS

O BRICS é um bloco econômico e político formado por 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Além disso, conta com países parceiros como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão.

Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do BRICS acontece no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.

Os 11 países membros representam um poder econômico significativo:

  • 39% da economia mundial
  • 48,5% da população global
  • 23% do comércio mundial

Em 2024, 36% das exportações brasileiras foram para países do BRICS, e 34% das nossas importações vieram desses países.

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