Guerra comercial | China reage e eleva impostos sobre produtos dos EUA para 125%

Repórter Jota Silva
Por Repórter Jota Silva - Publisher - Jornalista | Registro Profissional - SIRPWEB: Nº 0012600/PR
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A China aumentou, nesta sexta-feira (11), suas tarifas sobre as importações dos Estados Unidos (EUA) para 125%.

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A medida é uma resposta à decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de elevar os impostos sobre produtos chineses para 145%, intensificando as apostas em uma guerra comercial que ameaça afetar as cadeias de suprimentos globais.

O aumento ocorre depois que a Casa Branca manteve a pressão sobre a segunda maior economia do mundo e segunda maior fornecedora de produtos importados aos EUA, aplicando aumento adicional, após suspender a maioria das tarifas “recíprocas” impostas a dezenas de outros países.

Enquanto isso, a turbulência desencadeada pelas tarifas de Trump mostrava poucos sinais de abrandamento hoje, com os mercados caindo e os líderes estrangeiros se perguntando como reagir à maior perturbação da ordem comercial mundial em décadas.

Um breve alívio para as ações, depois que Trump decidiu suspender as tarifas de dezenas de países por 90 dias, se dissipou rapidamente, com a atenção voltada para a escalada da guerra comercial (guerra econômica) com a China, o que alimentava os temores de recessão global.

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As ações globais caíam, o dólar tinha queda e a venda de títulos do governo dos EUA acelerou nesta sexta-feira, reacendendo os temores de fragilidade no maior mercado de títulos do mundo. O ouro, um porto seguro para os investidores em tempos de crise, atingiu máximas recordes de alta.

“O risco de recessão é muito, muito maior agora do que há algumas semanas”, disse Adam Hetts, chefe global de multiativos da Janus Henderson.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, tentou acalmar os céticos ao afirmar, em reunião de gabinete nessa quinta-feira (11), que mais de 75 países querem iniciar negociações comerciais.

O próprio Trump expressou a expectativa de um acordo com a China, a segunda maior economia do mundo. A incerteza, nesse meio tempo, ampliou algumas das negociações mais voláteis desde os primeiros dias da pandemia de covid-19. Os índices asiáticos, em sua maioria, acompanharam a queda de Wall Street.

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Na Europa, o mais recente aumento de tarifas da China fez com que as ações caíssem, deixando o STOXX 600 com uma queda de mais de 1% no dia e a caminho de mais perdas nesta semana, uma das mais voláteis já registradas.

Bessent ignorou a nova turbulência do mercado na quinta-feira e disse que a realização de acordos com outros países trará segurança.

Os EUA e o Vietnã concordaram em iniciar negociações comerciais formais, informou a Casa Branca. O centro manufatureiro do Sudeste Asiático está preparado para reprimir os produtos chineses que são enviados aos Estados Unidos por meio de seu território, na esperança de evitar tarifas, informou a Reuters com exclusividade.

Enquanto isso, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, criou uma força-tarefa comercial que espera visitar Washington na próxima semana.

Acordo com a China?

Como Trump suspendeu repentinamente suas tarifas “recíprocas” sobre outros países horas depois de entrarem em vigor nesta semana, ele aumentou as tarifas sobre as importações chinesas como revide à medida inicial de retaliação de Pequim.

Ele já impôs novas tarifas sobre produtos chineses de 145% desde que assumiu o cargo, disse uma autoridade da Casa Branca.

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A China revidou hoje com novas taxas, “A imposição pelos EUA de tarifas anormalmente altas sobre a China viola seriamente as regras internacionais e econômicas de comércio, as leis econômicas básicas e o bom senso, além de ser uma intimidação e coerção totalmente unilateral”, afirmou o Ministério das Finanças da China em comunicado.

Trump afirmou ontem a repórteres na Casa Branca que acha que os Estados Unidos poderiam fazer um acordo com a China e que respeita o presidente chinês, Xi Jinping. “Em um sentido verdadeiro, ele tem sido meu amigo por um longo período de tempo, e acho que acabaremos trabalhando em algo que seja muito bom para ambos os países”, disse.

Em seus primeiros comentários públicos sobre as tarifas de Trump, o presidente chinês disse ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, durante reunião em Pequim nesta sexta, que a China e a União Europeia deveriam “se opor conjuntamente a atos unilaterais de intimidação”, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

“Não há vencedores em uma guerra comercial”, afirmou o líder chinês ao seu convidado, acrescentando que, agindo em conjunto, a segunda maior economia do mundo e o bloco comercial europeu de 27 países podem ajudar a manter “a ordem global baseada em regras”.

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As autoridades europeias estimam que o impacto das tarifas norte-americanas sobre a economia da região será de 0,5% a 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando que a economia da União Europeia como um todo deve crescer 0,9% este ano, de acordo com o Banco Central Europeu, as tarifas dos EUA poderiam levar a UE à recessão. (Texto de John Geddie e Ingrid Melander)

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