A deputada Maria Victoria (PP) defendeu, nesta quarta-feira (31), a necessidade de alertar a sociedade sobre a importância da informação correta e da conscientização a respeito da dermatite atópica, uma doença crônica que causa inflamação da pele, lesões e coceiras, mas não é contagiosa e normalmente é hereditária.
A parlamentar afirmou que o assunto não é debatido pela sociedade e o preconceito atinge adultos e crianças. “A doença de pele chega antes do que a pessoa nos lugares. Infelizmente há muita discriminação na sociedade. Existe uma necessidade de comunicar que a dermatite atópica não é contagiosa e muitas vezes o tratamento é relativamente simples”, pontuou.
Maria Victoria apresentou nesta semana um projeto de lei para instituir no dia 23 de Setembro o “Dia de Conscientização sobre a Dermatite Atópica” no Estado do Paraná.
“Queremos que a data passa a ser marcada por ações de saúde para disseminar a boa informação, espalhar a compreensão e fazer a diferença positiva na vida das pessoas afetadas pela dermatite atópica”, disse.
“Informação correta é o caminho para acabar com o preconceito sobre dermatite atópica e facilitar os diagnósticos”, acrescentou.
Pioneira
Segundo a deputada, a necessidade da realização de campanhas de conscientização sobre o assunto foi uma sugestão da dermatologista de Maringá, doutora Sineida Berbert Ferreira, uma referência em doenças de pele no Brasil. “Podemos ser a primeira Assembleia Legislativa no Brasil a legislar sobre o tema”, destacou.
A deputada lembrou que a doutora Sineida Berbert Ferreira também sugeriu, há alguns anos, a legislação sobre conscientização a respeito da psoríase. O projeto de lei foi apresentado pela então deputada estadual, Cida Borghetti, aprovado na Assembleia e sancionado pelo Executivo. “Agradeço a doutora Sineida Berbert Ferreira pela sugestão, e conto com o apoio dos meus colegas deputados e deputadas para acabar com o preconceito sobre a dermatite atópica”.
Pesquisa
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam que 59% dos brasileiros já tenham apresentado pelo menos um dos sintomas característicos da dermatite atópica. Porém o diagnóstico para a doença ocorreu em apenas 1% dos casos. Outros 2% dos casos foram diagnosticados como alergia. É uma condição de pele comum, mas muitas vezes subestimada.
“Falar sobre a doença é a melhor forma de oferecer tratamentos, combater a falta de compreensão e eliminar o preconceito sobre a doença na nossa sociedade”, salientou a deputada Maria Victoria.
Já uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos mostra que 35% dos pacientes com dermatite atópica já sofreram algum tipo de discriminação em diversos ambientes, como transporte coletivo, no local de trabalho e em escolas ou faculdades.
Mais da metade dos adolescentes com dermatite atópica apresentam quadros de depressão durante as crises, 50% evitam aparecer em público e 36% tiveram problemas de autoestima.