Durante visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas aos EUA. Acusou o país norte-americano de incentiva a guerra da Ucrânia, atacou a hegemonia do dólar e alegou que os Estados Unidos fizeram pressão para o Brasil boicotar a China.
“Apesar de se declarar neutro na disputa entre Estados Unidos e China, o Brasil parece ter se alinhado claramente aos chineses e à Rússia. Essa é a percepção e o receio de integrantes do governo americano, que alegam que os brasileiros não só não têm prezado pelo equilíbrio em seus posicionamentos, como teriam adotado uma clara oposição a Washington.”
Quando lula participou de um encontro com Joe Biden, em fevereiro, o petista não usou a Casa Branca como palco para fazer críticas a Pequim ou a Moscou.
Interlocutores americanos afirmam não pressionar o Brasil a não ter relações com o regime de Xi Jinping ou a escolher um dos dois países, por conta do grande intercâmbio entre os EUA com a China, argumentam. Entretanto entendem que Lula e sua equipe de política externa, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial Celso Amorim, adotaram um tom mais problemáticos, na visão de Washington.
“Lula enxerga ao dizer que os EUA é um obstáculo para o fim da guerra na Ucrânia e a China e a Rússia seriam os os países que vão levar a paz ao conflito.”
Em Pequim, o petista afirmou que é preciso que os americanos “parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando, por enquanto, aos dois”.
Assim também outra declaração do presidente brasileiro despertou preocupação ao declarar que Zelenski, presidente do país invadido, “não pode ter tudo” dias antes da viagem à China.
Dessa forma, Lula também afirmou que “Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia”, mas que “talvez se discuta a Crimeia”, o que poderia indicar que, na visão do petista, Kiev deveria abrir mão do território, anexado por Moscou em 2014, antes da invasão que culminou com o conflito atual.
Por fim, dizem as fontes norte-americanas, que o governo brasileiro está repetindo fielmente o discurso do Kremlin, que após invadir um país, violando sua soberania e desrespeitando a Carta da ONU, ainda estaria cometendo inúmeros crimes de guerra.
De acordo com autoridades de Washington, o Brasil deveria ter papel nas negociações de paz, entretanto, as declarações de Lula minam a credibilidade do Brasil como mediador equilibrado e neutro.
Por fim, funcionário do governo americano argumenta ainda que o engajamento do Brasil com a Ucrânia tem sido muito menor do que com a Rússia. E menciona a visita do chanceler russo, Serguei Lavrov, ao Brasil nesta semana.
Segundo publicação do jornal The Woshington Post; “Em seus primeiros meses no cargo, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a se juntar ao presidente Biden na condenação da invasão russa da Ucrânia, permitiu que navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro e despachou um conselheiro sênior para se encontrar com o venezuelano Nicolás Maduro. Veja na íntegra aqui.