As operações de private equity, venture capital e CVC (Corporate Venture Capital) movimentaram R$ 2,2 bilhões no Brasil no primeiro trimestre de 2023, conforme dados do relatório da Abvcap (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), realizado em parceria com a TTR Data e apoiado pela Valetec Capital.

Trata-se de uma queda de 79% em comparação a outubro, novembro e dezembro de 2022 e de 84% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. O CVC, em particular, foi responsável por R$ 180 milhões no mesmo período – uma baixa de 70% quando comparado ao valor registrado entre os meses de outubro a dezembro do ano passado. Além disso, esse é o pior resultado desde o início de 2021.

Apesar disso, o levantamento da Abvcap demonstrou que os fundos brasileiros lideram as operações de CVC: no primeiro trimestre, foram realizadas nove transações. Destas, oito envolveram fundos do Brasil. No ano passado, foram realizadas 101 operações, com 89 do Brasil, 12 dos EUA e 2 da Alemanha, como mostra uma publicação do site Startups.

Fernando Asdourian, Marketing Venture Partner na Valetec Capital, conta que, ao optar por investir em CVC, a empresa-mãe abre as portas para uma série de benefícios que podem impulsionar sua posição competitiva e estimular a inovação interna: “Através do CVC, a empresa-mãe estabelece uma relação estratégica de longo prazo com startups promissoras, desfrutando de uma série de vantagens exclusivas”.

A seguir, ele lista cinco benefícios do investimento em CVC para a empresa-mãe:

1. Acesso a tecnologia inovadora: ao investir em startups que estão na vanguarda da inovação, a empresa-mãe ganha acesso direto a tecnologias emergentes e soluções disruptivas. Essas tecnologias podem ser aplicadas em seus próprios produtos, processos e serviços, permitindo que a empresa-mãe se mantenha atualizada em um mercado em constante evolução.

2. Novas oportunidades de negócios: o investimento em CVC cria oportunidades para a empresa-mãe explorar novos modelos de negócios, mercados e segmentos. A parceria com startups pode abrir portas para colaborações estratégicas, desenvolvimento de produtos conjuntos, acesso a novos canais de distribuição e, até mesmo, expansão para geografias diferentes. Essas oportunidades podem impulsionar o crescimento da empresa-mãe e diversificar suas fontes de receita.

3. Fortalecimento da cultura de inovação: o CVC desempenha um papel crucial na criação de uma cultura de inovação mais forte dentro da empresa-mãe. Ao se envolver com startups inovadoras e empreendedoras, a empresa-mãe absorve uma mentalidade ágil, adaptável e orientada para a solução de problemas. Esse influxo de pensamento inovador pode revitalizar a cultura corporativa, estimular a criatividade dos funcionários e promover a busca contínua por novas ideias e abordagens.

4. Acesso a talentos e expertise: ao investir em startups, a empresa-mãe tem a oportunidade de atrair talentos altamente qualificados e especializados em áreas específicas. A colaboração com empreendedores e equipes talentosas pode trazer novas perspectivas, conhecimentos e habilidades para a empresa-mãe, enriquecendo sua base de talentos interna e estimulando a troca de conhecimento.

5. Antecipação de tendências e disrupções: o CVC permite que a empresa-mãe esteja na vanguarda das tendências e disrupções do mercado. Ao acompanhar de perto as startups investidas, a empresa-mãe pode identificar sinais precoces de mudança e inovação, antecipando-se às demandas dos consumidores e adaptando-se rapidamente às transformações do setor.

Relação cria ambiente propício para a empresa-mãe

Asdourian também chama a atenção para a importância da relação entre a empresa-mãe e a startup que recebe o investimento para ter acesso a tecnologia inovadora, novas oportunidades de negócios e uma cultura de inovação mais forte.

“A relação estabelecida entre a empresa-mãe e as startups investidas no âmbito do CVC cria um ambiente propício para o compartilhamento de conhecimentos, experiências e recursos”, afirma.

Segundo o Marketing Venture Partner na Valetec Capital, a colaboração permite que a empresa-mãe se beneficie das ideias e perspectivas frescas das startups, enquanto oferece seu suporte estratégico, conhecimento do setor e recursos financeiros. “A empresa-mãe se torna uma parceira estratégica, proporcionando às startups acesso a sua rede de clientes, conhecimento do mercado e expertise operacional”.

Asdourian também destaca que a relação próxima e colaborativa facilita o acesso contínuo a tecnologias inovadoras, estimula a cocriação de soluções e impulsiona o desenvolvimento conjunto de novas oportunidades de negócios.

“Além disso, a empresa-mãe é capaz de construir uma cultura de inovação mais forte, integrando a mentalidade empreendedora das startups e incentivando a experimentação, a criatividade e a busca por soluções disruptivas dentro de sua própria organização”, explica.

Ele ressalta que a abordagem estratégica permite que a empresa-mãe se mantenha relevante em um ambiente empresarial dinâmico, ao mesmo tempo em que promove o crescimento e a transformação interna. “Ao colaborar com startups e aproveitar seu potencial empreendedor, a empresa-mãe pode impulsionar a inovação e se posicionar como uma líder do mercado em seu setor”, conclui Asdourian.

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