O aldeão afegão temia que os soldados americanos viessem. E em uma noite fria de outono, enquanto seus filhos dormiam, helicópteros rugiram sobre suas cabeças.
Ao primeiro som de tiros, ele gritou para sua esposa e 10 filhos se protegerem. Sua filha pequena agarrou sua irmãzinha adormecida da cama. Seu composto de lama explodiu e uma explosão causou um grande choque na casa.
“Minha irmãzinha caiu dos meus braços”, sussurrou a menina, agora uma adolescente, tão baixinho que mal podia ser ouvida por causa da brisa. “O vento a soprou de minhas mãos.”
Hoje, o que exatamente aconteceu naquela noite está no centro de uma amarga disputa internacional pela custódia de um bebê órfão encontrado entre os escombros. A batalha legal de alto nível coloca uma família afegã contra uma americana e atraiu respostas da Casa Branca e do Talibã.
O governo afegão e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha determinaram que o bebê pertencia a esse aldeão afegão. Amigos e familiares dizem que ele era fazendeiro, não militante. A Cruz Vermelha encontrou parentes sobreviventes e a uniu a eles.
No entanto, um advogado da Marinha dos Estados Unidos, major Joshua Mast, acreditava que deveria pegar a garota. Ele insiste que a criança é órfã apátrida de combatentes estrangeiros que viviam em um complexo da Al Qaeda e convenceu um juiz rural da Virgínia a conceder-lhe uma adoção a 11.000 quilômetros de distância.
Se não fosse por esta menina, agora com 4 anos, os eventos que começaram na noite de 5 de setembro de 2019, nesta região remota e empobrecida, poderiam ter ficado trancados entre histórias clandestinas dos milhares de ataques dos militares americanos e afegãos. realizada durante a longa guerra. Mas documentos outrora secretos, agora arquivados nos registros do tribunal, revelam detalhes que colocaram esse ataque em uma controvérsia contínua sobre quem os militares mataram quando derrubaram muros no meio da noite no Afeganistão, se essas pessoas eram combatentes ou civis, e se os militares alguma vez tentaram descobrir.
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POR RIAZAT BUTT , MARTHA MENDOZA , CLAIRE GALOFARO E JULIET LINDERMAN
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