A Rússia disse hoje (26) que viu a promessa de entrega de tanques ocidentais à Ucrânia como uma prova do envolvimento direto e crescente dos Estados Unidos e da Europa no conflito.
O Kremlin reagiu pela primeira vez aos anúncios feitos pelos Estados Unidos e Alemanha na quarta-feira (25) de que armariam a Ucrânia com dezenas de tanques de batalha.
“Há declarações constantes das capitais europeias e de Washington de que o envio de vários sistemas de armas para a Ucrânia, incluindo tanques, não significa de forma alguma o envolvimento desses países ou da aliança nas hostilidades na Ucrânia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
“Discordamos categoricamente disto e, em Moscou, tudo o que a aliança e as capitais que mencionei estão fazendo é visto como envolvimento direto no conflito. Vemos que isto está crescendo.” O presidente dos EUA Joe Biden disse que os tanques não representam “nenhuma ameaça ofensiva” à Rússia e que eles eram necessários para ajudar os ucranianos a “melhorar sua capacidade de manobra em terreno aberto”.
A Ucrânia tem procurado centenas de tanques modernos para formar o que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, chamou de “punho de liberdade” que poderia dar a suas tropas o poder de fogo para romper as linhas defensivas russas e recuperar o território ocupado no Sul e no Leste do país.
Até agora, tanto a Ucrânia quanto a Rússia têm contado principalmente com tanques da era soviética T-72. A Rússia, que iniciou a guerra ao invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, tem retratado o conflito como um confronto com a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“O curso da operação militar especial na Ucrânia mostra que os EUA e a Otan pretendem continuar fazendo esforços para arrastar este conflito militar e se tornaram seus participantes”, disse nesta quinta-feira Nikolai Patrushev, um aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, e secretário de seu Conselho de Segurança, segundo a agência de notícias Interfax.
A agência afirmou que ele disse que “mesmo com o fim da ‘fase quente’ do conflito na Ucrânia, o mundo anglo-saxão não vai parar a guerra por procuração contra a Rússia e seus aliados”.