Execução em Praça Pública Aumenta Tensão em Gaza enquanto Hamas Confronta Rivais

Repórter Jota Silva
Vídeo mostra homens armados do Hamas arrastando sete homens para um círculo de pessoas na Cidade de Gaza, forçando-os a se ajoelharem e executando-os

Conflitos violentos eclodiram entre o Hamas e grupos rivais em Gaza, culminando em uma aparente execução pública que levantou sérias preocupações sobre a segurança no território após a recente retirada de Israel.

Relatos da violência foram amplamente compartilhados nas redes sociais. Em um vídeo particularmente chocante, um grupo de combatentes mascarados – alguns usando faixas verdes do Hamas – aparece matando oito pessoas vendadas em uma praça no bairro de Al Sabra, na Cidade de Gaza, diante de uma multidão. O incidente sugere a brutalidade empregada pelo Hamas na tentativa de se reafirmar como força de segurança.

Embora o local do vídeo tenha sido identificado, a data exata não pôde ser confirmada de forma independente. Contudo, os danos visíveis nos edifícios sugerem que o incidente é recente e provavelmente ocorreu após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

As vítimas — aparentemente homens adultos — são vistas sendo arrastadas para a praça com as mãos amarradas nas costas. O vídeo mostra alguns combatentes espancando os prisioneiros antes de alinhá-los e executá-los a tiros, celebrando em seguida.

Vídeo choca ao mostrar homens mascarados executando grupo vendado na Cidade de Gaza; Organização de direitos humanos pede investigação.

Reações e Versões Conflitantes

O Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos, uma ONG palestina, classificou o ato como uma “execução extrajudicial de cidadãos” e exigiu uma investigação completa, pedindo que os responsáveis sejam levados à justiça.

Em resposta, a força de segurança Radaa, afiliada ao Hamas, divulgou um comunicado informando ter realizado uma “operação precisa” no centro de Gaza, que resultou na “neutralização de vários indivíduos procurados e foragidos”. A Radaa alegou ter feito varreduras e prisões de indivíduos envolvidos em tiroteios, assassinatos de deslocados e ataques a civis, mas não apresentou provas que corroborem essa afirmação.

O vídeo veio à tona após dias de relatos de confrontos entre combatentes do Hamas e a Família Doghmush, um poderoso clã baseado em Al Sabra. Informações de agências de notícias, citando canais do Telegram afiliados ao Hamas, indicaram que a violência teria começado após a morte do filho de um alto comandante militar do Hamas.

A Família Doghmush, por sua vez, divulgou uma declaração condenando veementemente os atos, descrevendo-os como um “crime hediondo” contra membros da família. O clã afirmou que a campanha interna que tem como alvo seus filhos é injustificada, envolvendo “assassinatos, intimidação, tortura e queima de casas” sob “falsos pretextos”, e negou qualquer ligação com colaboração.

O vídeo das execuções foi amplamente divulgado, sendo compartilhado até mesmo pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, que usou as imagens para argumentar que o Hamas “deve acabar”, afirmando que o grupo “governa através do medo – executando civis, torturando dissidentes, atirando em quem ousa protestar.”

Declaração de Trump

O incidente ganhou destaque também após o presidente dos EUA, Donald Trump, sugerir que daria aprovação ao Hamas para policiar o território por “um período de tempo”.

Questionado sobre a reafirmação do Hamas em Gaza, Trump, em viagem ao Oriente Médio, afirmou: “Eles querem acabar com os problemas. Eles foram abertos sobre isso e nós os aprovamos por um período”. A declaração ocorre apesar de Israel ter pressionado fortemente pelo desarmamento completo do Hamas no acordo de cessar-fogo. O plano de cessar-fogo de Trump, no entanto, menciona que membros do Hamas que se comprometerem com a coexistência pacífica e desmantelarem suas armas receberão anistia.

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