Conflitos violentos eclodiram entre o Hamas e grupos rivais em Gaza, culminando em uma aparente execução pública que levantou sérias preocupações sobre a segurança no território após a recente retirada de Israel.
Relatos da violência foram amplamente compartilhados nas redes sociais. Em um vídeo particularmente chocante, um grupo de combatentes mascarados – alguns usando faixas verdes do Hamas – aparece matando oito pessoas vendadas em uma praça no bairro de Al Sabra, na Cidade de Gaza, diante de uma multidão. O incidente sugere a brutalidade empregada pelo Hamas na tentativa de se reafirmar como força de segurança.
Embora o local do vídeo tenha sido identificado, a data exata não pôde ser confirmada de forma independente. Contudo, os danos visíveis nos edifícios sugerem que o incidente é recente e provavelmente ocorreu após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
As vítimas — aparentemente homens adultos — são vistas sendo arrastadas para a praça com as mãos amarradas nas costas. O vídeo mostra alguns combatentes espancando os prisioneiros antes de alinhá-los e executá-los a tiros, celebrando em seguida.
Vídeo choca ao mostrar homens mascarados executando grupo vendado na Cidade de Gaza; Organização de direitos humanos pede investigação.
🇵🇸⚠️ BREAKING: Novos relatórios de Gaza revelam que o grupo terrorista Hamas está executando civis palestinos sob a alegação de colaborar com Israel. Nos últimos dias, o grupo emitiu um ultimato para os palestinos sobre isso. pic.twitter.com/75acSD7aiG
— 🇧🇷🇮🇹 Gabriel Ferrigno | Geopolítica (@bielferrigno) October 13, 2025
Reações e Versões Conflitantes
O Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos, uma ONG palestina, classificou o ato como uma “execução extrajudicial de cidadãos” e exigiu uma investigação completa, pedindo que os responsáveis sejam levados à justiça.
Em resposta, a força de segurança Radaa, afiliada ao Hamas, divulgou um comunicado informando ter realizado uma “operação precisa” no centro de Gaza, que resultou na “neutralização de vários indivíduos procurados e foragidos”. A Radaa alegou ter feito varreduras e prisões de indivíduos envolvidos em tiroteios, assassinatos de deslocados e ataques a civis, mas não apresentou provas que corroborem essa afirmação.
O vídeo veio à tona após dias de relatos de confrontos entre combatentes do Hamas e a Família Doghmush, um poderoso clã baseado em Al Sabra. Informações de agências de notícias, citando canais do Telegram afiliados ao Hamas, indicaram que a violência teria começado após a morte do filho de um alto comandante militar do Hamas.
A Família Doghmush, por sua vez, divulgou uma declaração condenando veementemente os atos, descrevendo-os como um “crime hediondo” contra membros da família. O clã afirmou que a campanha interna que tem como alvo seus filhos é injustificada, envolvendo “assassinatos, intimidação, tortura e queima de casas” sob “falsos pretextos”, e negou qualquer ligação com colaboração.
O vídeo das execuções foi amplamente divulgado, sendo compartilhado até mesmo pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, que usou as imagens para argumentar que o Hamas “deve acabar”, afirmando que o grupo “governa através do medo – executando civis, torturando dissidentes, atirando em quem ousa protestar.”
Declaração de Trump
O incidente ganhou destaque também após o presidente dos EUA, Donald Trump, sugerir que daria aprovação ao Hamas para policiar o território por “um período de tempo”.
Questionado sobre a reafirmação do Hamas em Gaza, Trump, em viagem ao Oriente Médio, afirmou: “Eles querem acabar com os problemas. Eles foram abertos sobre isso e nós os aprovamos por um período”. A declaração ocorre apesar de Israel ter pressionado fortemente pelo desarmamento completo do Hamas no acordo de cessar-fogo. O plano de cessar-fogo de Trump, no entanto, menciona que membros do Hamas que se comprometerem com a coexistência pacífica e desmantelarem suas armas receberão anistia.