O Departamento de Estado dos EUA revogou vistos e impôs restrições a funcionários e ex-funcionários do governo brasileiro, além de membros da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e seus familiares. A medida é uma punição à “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano”, relacionado ao programa Mais Médicos.
Essa ação se soma a outras medidas do governo Trump contra o Brasil, como a imposição de tarifas a produtos brasileiros, a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e a revogação de vistos de outros ministros do STF.
Um documento assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio acusou as autoridades de usarem a OPAS como intermediária para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais do Brasil. O comunicado afirma que os envolvidos driblaram as sanções dos EUA a Cuba e pagaram ao regime cubano o que deveria ser destinado aos profissionais de saúde. “Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais”, argumenta o documento. “Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano”.
O @StateDept também está adotando medidas para revogar e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS que foram cúmplices do esquema do regime cubano de exportação de trabalho forçado. O programa Mais Médicos representou um golpe… https://t.co/aUSQoHVuw9
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 13, 2025
Marco Rubio também afirmou que “o Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de ‘médicos’ estrangeiros”.
.@StateDept is also taking steps to revoke visas and impose visa restrictions on several Brazilian government officials and former PAHO officials complicit in the Cuban regime’s forced labor export scheme. Mais Médicos was an unconscionable diplomatic scam of foreign ‘medical… https://t.co/O1AiY948MK
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) August 13, 2025
Entre os brasileiros sancionados, estão Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. A nota de Rubio também menciona restrições similares a autoridades africanas, cubanas e granadinas, por acusações de que privaram cubanos de cuidados médicos essenciais, explorando-os por meio de “trabalho forçado”.
O programa Mais Médicos, criado no governo Dilma Rousseff, chegou a ter 11,4 mil profissionais cubanos em seu auge em 2015. A participação cubana no programa foi encerrada em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, que se opunha à presença dos médicos cubanos. A decisão foi tomada pelo governo de Cuba.