Discretos durante o dia e ativos à noite, os morcegos são protagonistas silenciosos na manutenção dos ecossistemas. O Dia Mundial dos Morcegos, celebrado em 1º de outubro, é uma oportunidade para reforçar o valor ecológico desses animais e destacar as iniciativas de conservação realizadas ao longo do ano, com destaque para uma das principais áreas verdes da cidade: o Parque do Ingá. No local, já foram identificadas 19 espécies de morcegos.
A Prefeitura, por meio do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), acompanha o monitoramento e a conservação de 19 espécies identificadas na unidade de conservação. Esses animais desempenham papéis fundamentais como polinizadores, dispersores de sementes e controladores naturais de insetos e peixes. O trabalho é realizado pelo Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental (GEEMEA), em parceria com o Instituto Ambiental de Maringá (IAM), que também promove atividades de sensibilização, como a tradicional Noite dos Morcegos, realizada anualmente no local.
Entre as espécies mais comuns identificadas no Parque estão os frugívoros, como Artibeus lituratus e Sturnira lilium, importantes para a manutenção e reflorestamento de áreas verdes, já que são agentes dispersores de sementes e auxiliam no plantio de diversas plantas nativas. Além disso, há presença de morcegos insetívoros, como o Morcego-de-forro (Molossus molossus), fundamentais para o controle populacional de insetos; o Noctilio leporinus, um morcego de coloração alaranjada que se alimenta de peixes; e o Morcego-de-nariz-de-lança (Phyllostomus hastatus), que não tem alimentação onívora e é a maior espécie que habita o Parque.
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“O Parque do Ingá abriga uma rica diversidade de espécies, sendo um espaço estratégico para o monitoramento da fauna urbana. Nossas ações integram conservação e educação ambiental, promovendo a sensibilização da população sobre a importância ecológica dos morcegos e a necessidade de conservação dos habitats naturais”, destaca o diretor-presidente do IAM, José Roberto Behrend.
O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador do Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental, Henrique Ortêncio Filho, ressalta o trabalho desenvolvido pela equipe da instituição, tanto de pesquisa científica quanto de educação ambiental. Ele desmistifica um aspecto importante em relação aos morcegos: das quase 1.500 espécies de morcego no mundo, apenas três se alimentam de sangue e, em Maringá, até o momento, não foram encontrados na área urbana.
“O que as pessoas costumam encontrar no forro das residências são, principalmente, os morcegos que comem insetos. Um morcego insetívoro, ou seja, aquele que come inseto, pode consumir uma vez e meio o próprio peso numa noite. Isso equivale a mais de 600 mosquitos, por exemplo. Então vale a pena destacar o quanto os morcegos são importantes no contexto da cidade para a redução de pernilongo e outros insetos”, explica o professor da UEM.
Comemorado globalmente, o Dia Mundial dos Morcegos convida a repensar preconceitos e reconhecer a importância desses animais na manutenção da vida. Nesta quarta-feira, 1º, Dia Mundial dos Morcegos, será realizada palestra e roda de conversa com o tema ‘Morcegos em um contexto ambiental e livre de mitos e preconceitos’. O evento, realizado pelo GEEMEA em parceria com a Secretaria de Proteção e Bem-Estar Animal, será às 19h30 no Anfiteatro Adelbar A. Sampaio, no bloco F67 da UEM.
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