Conferência municipal de promoção da igualdade racial debates sobre equidade em Maringá

Redação Saiba Já News
Prefeitura realiza Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial e promove debate sobre equidade racial

A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Juventude, Cidadania e Migrantes (Sejuc), realizou a 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial nos dias 16 e 17 de maio, no Centro de Ação Cultural Márcia Costa (CAC). O evento teve como foco o debate sobre equidade racial e a construção de políticas públicas mais justas e inclusivas.

A Conferência reuniu membros das comunidades negras e indígenas, além de representantes da sociedade civil organizada, como coletivos e conselhos populares. O principal objetivo foi eleger os delegados que representarão Maringá na 5ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial.

Diálogo e Propostas para um Futuro Mais Justo

Sandra Franchini, secretária da Juventude, destacou a importância do evento como um espaço de diálogo. “É por meio da escuta da população que construímos políticas públicas mais justas e inclusivas. As propostas aprovadas seguirão para a etapa estadual. A equidade racial tem como objetivo corrigir desigualdades históricas e promover oportunidades para todos”, afirmou.

A programação do evento incluiu apresentações musicais, performances culturais e uma palestra com a professora doutora Maylla Chaveiro. No segundo dia, os participantes debateram os temas: Democracia, Justiça Racial e Reparação, seguindo os eixos orientadores do Ministério da Igualdade Racial. Cada grupo formulou propostas para enfrentar os desafios da equidade racial.

Foram eleitos como delegados para a etapa estadual: Valdeir Gomes de Sousa, Odilia Maria Ferreira Barbosa, Gislaine Gonçalves, Luciane Margarida Lima Pereira, Tadeu Ta No Kaingang e Josimara Barros de Oliveira.

Vozes da Representatividade

Maylla Chaveiro, psicóloga e doutora em perspectiva africana e relações étnico-raciais, ressaltou a necessidade de valorizar as ancestralidades africana e indígena no Brasil. “É preciso, de uma vez por todas, eliminar as desigualdades para avançarmos na pauta antirracista. Precisamos pensar em estratégias eficazes, baseadas na realidade local de Maringá”, pontuou.

Tadeu Ta No (Tandó), representante da comunidade indígena, enfatizou a relevância da participação indígena nesses espaços. “É uma satisfação fazer parte deste espaço, já que, muitas vezes, o indígena não é convidado e só participa quando é conveniente. Estamos aqui para ocupar essas brechas e trazer nossa visualidade, que é fundamental no município. Também é importante integrar o Conselho e levar nossas propostas à Conferência Estadual, para que o povo indígena tenha mais visibilidade no Paraná”, declarou.

Gislaine Gonçalves, a Mãe Gi, representante da comunidade negra, LGBTQI+, professora e umbandista, reforçou a importância da escuta ativa e da construção coletiva de propostas. “Essas propostas orientam o trabalho do poder público e mostram onde precisamos avançar. Temos que olhar para a igualdade racial e não aceitar mais o racismo na nossa cidade”, afirmou.

As propostas aprovadas na Conferência Municipal serão fundamentais para a definição de diretrizes que fortalecerão o diálogo com as comunidades negras, indígenas e ciganas, buscando propor políticas públicas efetivas de equidade racial para Maringá e para o estado do Paraná.

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