Comer miojo faz mal? A verdade por trás da conveniência

Repórter Jota Silva
Comer miojo faz mal? A verdade por trás da conveniência

O macarrão instantâneo, popularmente conhecido como miojo no Brasil, é um alimento onipresente em lares ao redor do mundo. Sua praticidade, baixo custo e preparo rápido o tornam uma opção tentadora para refeições rápidas. No entanto, o consumo frequente de miojo levanta uma questão importante: ele faz mal à saúde?

A resposta, como em muitas questões nutricionais, não é um simples sim ou não. O miojo, por si só, não é um “veneno”, mas sua composição nutricional o torna um alimento que deve ser consumido com moderação e consciência.

O Que Há no Miojo? Uma Análise Nutricional

Para entender os potenciais riscos do miojo, é fundamental analisar seus ingredientes e valores nutricionais típicos:

  • Alto teor de sódio: Este é, talvez, o maior vilão do miojo. Um único pacote pode conter uma quantidade alarmante de sódio, superando facilmente a recomendação diária da Organização Mundial da Saúde (OMS) para adultos (2.000 mg). O consumo excessivo de sódio está diretamente associado a:
    • Hipertensão (pressão alta): Um fator de risco para doenças cardíacas, derrames e problemas renais.
    • Retenção de líquidos: Causando inchaço e desconforto.
    • Aumento do risco de doenças cardiovasculares.
  • Pobre em nutrientes essenciais: O miojo é, em sua essência, um alimento ultraprocessado. Ele é rico em carboidratos refinados (farinha de trigo), mas deficiente em:
    • Fibras: Essenciais para a saúde digestiva, controle do açúcar no sangue e saciedade.
    • Proteínas: Fundamentais para a construção e reparo de tecidos.
    • Vitaminas e minerais: Nutrientes vitais para o bom funcionamento do corpo.
  • Gorduras (muitas vezes saturadas e trans): O processo de fritura para pré-cozinhar o macarrão, somado aos óleos vegetais utilizados, pode resultar em um alto teor de gorduras, incluindo gorduras saturadas e, em alguns casos, gorduras trans (hidrogenadas). Ambas estão associadas ao aumento do colesterol LDL (“ruim”) e ao risco de doenças cardíacas.
  • Aditivos e conservantes: Para garantir a validade e o sabor, o miojo contém diversos aditivos químicos, realçadores de sabor (como o glutamato monossódico – MSG) e conservantes. Embora geralmente considerados seguros em pequenas quantidades, o consumo regular pode gerar preocupações para indivíduos mais sensíveis.

Os Riscos do Consumo Frequente:

O consumo ocasional de miojo provavelmente não causará danos significativos à saúde de um indivíduo saudável. No entanto, a ingestão frequente e em substituição a refeições mais nutritivas pode acarretar diversos problemas a longo prazo:

  • Deficiências nutricionais: A falta de vitaminas, minerais, proteínas e fibras pode levar a problemas de saúde como anemia, fadiga, baixa imunidade e problemas digestivos.
  • Ganho de peso: A alta densidade calórica, combinada com a falta de saciedade (devido à ausência de fibras e proteínas), pode levar ao consumo excessivo de calorias e, consequentemente, ao ganho de peso e obesidade.
  • Aumento do risco de doenças crônicas: A dieta rica em sódio, gorduras não saudáveis e açúcares (em alguns temperos) aumenta o risco de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e derrames.
  • Problemas digestivos: A baixa quantidade de fibras pode contribuir para a constipação e outros desconfortos gastrointestinais.

Como Minimizar os Danos (Se For Consumir):

Se você aprecia o miojo e não quer eliminá-lo completamente da sua dieta, há maneiras de torná-lo um pouco menos prejudicial:

  • Use menos tempero: Reduzir a quantidade do tempero fornecido diminui drasticamente o teor de sódio. Você pode complementar com temperos naturais como alho, cebola, pimenta-do-reino e ervas frescas.
  • Adicione vegetais: Transforme seu miojo em uma refeição mais completa adicionando vegetais frescos ou congelados (cenoura, brócolis, espinafre, couve, milho, ervilha). Isso aumenta a ingestão de fibras, vitaminas e minerais.
  • Incremente com proteína: Adicione uma fonte de proteína magra como ovo cozido, frango desfiado, carne magra, tofu ou lentilha. Isso aumenta a saciedade e o valor nutricional.
  • Descarte a água do cozimento: Algumas pessoas descartam a primeira água do cozimento do macarrão (que contém parte do sódio e dos óleos da fritura) e usam uma nova água para o preparo do tempero.
  • Miojo é exceção, não regra: Lembre-se que o miojo deve ser um alimento consumido ocasionalmente, e não uma base regular da sua alimentação.

Conclusão:

O miojo é um alimento que oferece conveniência, mas não é uma fonte de nutrição ideal. Seu alto teor de sódio, gorduras não saudáveis e baixo valor nutricional o tornam uma opção a ser consumida com cautela. Priorizar uma dieta rica em alimentos frescos, integrais e variados é fundamental para a manutenção da saúde a longo prazo. O segredo, como em tudo na vida, reside no equilíbrio e na moderação.

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