Fãs de astronomia têm a melhor chance de observar o espetáculo noturno, que é formado por detritos do cometa Halley.

O céu noturno do Brasil está sendo palco de um dos fenômenos astronômicos mais esperados do ano. A Chuva de Meteoros Orionídeas atingiu o seu auge de visibilidade na madrugada desta quarta-feira (22), com expectativa de brilhar novamente na noite de 22 para 23.

De acordo com o Observatório Nacional (ON), este período entre a noite de terça (21) e a madrugada de quinta (23) é o melhor momento para acompanhar o fenômeno. A visibilidade é classificada como “excelente” em todo o território nacional.

O Melhor Momento para Olhar

  • Pico de Observação: Madrugada de quarta (22) para quinta-feira (23).
  • Melhor Horário: Da meia-noite ao amanhecer.
  • O que esperar: Sob condições ideais, observadores podem ver de 15 a 20 meteoros por hora.

O astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do Projeto Exoss, explica que os meteoros das Orionídeas são conhecidos por serem extremamente rápidos, podendo chegar a $66$ quilômetros por hora, além de serem brilhantes e deixarem trilhas luminosas no céu.

Por Que a Visibilidade Está Tão Boa?

Um fator crucial para o sucesso da observação é que o pico da Orionídeas coincide com a fase de Lua Nova. Com a Lua a apenas $2\%$ iluminada e se pondo cedo, o céu permanece escuro por mais tempo, facilitando a visualização dos rastros de luz.

Para quem quiser observar, o Observatório Nacional reforça que não é necessário equipamento especial. A principal recomendação é:

  1. Procure um local escuro, longe da poluição luminosa de grandes cidades.
  2. Apague as luzes ao redor.
  3. Seja paciente: a Nasa recomenda ficar no escuro por pelo menos $30$ minutos para que os olhos se adaptem.

O radiante da chuva, de onde os meteoros parecem “nascer”, está na constelação de Órion, perto da estrela Betelgeuse. No entanto, o fenômeno pode ser visto em qualquer parte do céu.

Detritos do Cometa Halley

As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra, em sua órbita, atravessa zonas de detritos deixadas pela passagem de cometas. No caso das Orionídeas, os meteoros são pedaços de rocha e poeira expelidos pelo famoso Cometa Halley, que passa perto da Terra a cada $75$ ou $76$ anos (a última vez foi em $1986$).

Ao entrar em altíssima velocidade na atmosfera terrestre, esses detritos — geralmente pequenos, desde poeira até pedregulhos — se desintegram devido à resistência do ar, um processo chamado ablação, que forma o rastro luminoso que assistimos do solo.

Além do espetáculo, o estudo dessas chuvas tem utilidade científica, permitindo estimar a quantidade de detritos que atingem a Terra, o que é vital para missões espaciais e proteção de satélites.

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