Câmara aprova urgência no Projeto de Lei para isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

Para compensar a perda de arrecadação, a proposta cria uma nova alíquota progressiva de até 10% para quem tem renda anual superior a R$ 600 mil.

Repórter Jota Silva
Sessão da Câmara que votou a urgência do PL de isenção de Imposto de Renda pra quem ganha até R$ 5 mil - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou, em uma comissão especial, o requerimento de urgência do Projeto de Lei (PL) 1.087 de 2025, de autoria do governo federal. O projeto isenta do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil e reduz parcialmente o imposto para aqueles com renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

Para compensar a perda de arrecadação, a proposta cria uma nova alíquota progressiva de até 10% para quem tem renda anual superior a R$ 600 mil. A mudança, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pode dobrar o número de trabalhadores isentos do IR, de 10 milhões para 20 milhões, além de beneficiar outros 16 milhões com a redução parcial.

Apoio Unânime e Correção Histórica

O requerimento de urgência recebeu apoio de deputados de diversos partidos, incluindo membros da oposição. A deputada Jack Rocha (PT-ES) e o líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), destacaram o projeto como uma ação de justiça social, que prioriza os trabalhadores em vez de grandes empresas.

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), classificou a iniciativa como uma “correção histórica”, mencionando que a tabela do IR não era corrigida pela inflação há anos. Até mesmo o líder do PL, Cabo Gilberto Silva (PB), orientou voto favorável, afirmando que a oposição apoiaria um projeto benéfico para o povo brasileiro.

Tributação de Grandes Fortunas

O relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), manteve a alíquota extra de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão por ano. Além disso, o texto preserva a tributação de 10% sobre dividendos enviados ao exterior, com algumas exceções para governos estrangeiros e fundos soberanos, por exemplo.

A proposta também inclui mecanismos para compensar possíveis perdas de arrecadação de estados e municípios, garantindo a sustentabilidade fiscal da medida. Se aprovado pela Câmara, o projeto segue para análise no Senado.

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