Câmara aprova PL da Globo: Taxação de streaming atinge Netflix e Youtube, mas isenta Globoplay

Saiba Já News, Notícias de Maringá e Região

A Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei 8889/17, que institui a cobrança da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre os serviços de streaming audiovisual.

Apelidado por críticos de “PL da Globo” — devido à previsão inicial de isenção para serviços de streaming vinculados a concessionárias de radiodifusão, como o Globoplay, que reexibem conteúdo de TV aberta ou por assinatura —, o texto busca fomentar a produção nacional e segue agora para análise do Senado.

💰 O que Muda na Cobrança

A proposta, relatada pelo deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), aplica a Condecine aos prestadores de serviços de acesso de audiovisual via internet, sejam eles gratuitos ou pagos (como Netflix, Claro TV+ e Youtube).

  • Alíquotas:
    • As empresas pagarão de 0,1% a 4% da receita bruta anual (incluindo publicidade, excluindo tributos indiretos).
    • A progressão é baseada na receita, com isenção para aquelas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.
    • Vídeo sob Demanda (VoD) e TV por app: Alíquotas de 0,5% a 4% (com parcelas dedutíveis).
    • Serviço de Compartilhamento (ex: Youtube): Alíquotas de 0,1% a 0,8% (com parcelas dedutíveis).

🎬 Incentivo à Produção Nacional e Descontos

O objetivo central é impulsionar o audiovisual brasileiro, injetando, segundo o relator, mais de R$ 1 bilhão no setor.

  • Dedução por Investimento: As empresas de VoD e TV por app poderão deduzir até 60% da contribuição anual devida, desde que invistam esse valor na finalidade da Condecine (produção, compra de direitos, capacitação, etc.).
  • Superdesconto: A dedução pode chegar a 75% caso mais de 50% do total de conteúdos audiovisuais ofertados pela plataforma sejam brasileiros.
  • Restrição ao Lançamento: Fica proibida a comercialização de filmes no streaming antes de nove semanas do lançamento no circuito de exibição nos cinemas.

🇧🇷 Regras para Conteúdo e Comunicação Pública

Além da taxação, o projeto estabelece normas para o catálogo das plataformas, visando garantir a visibilidade das obras nacionais:

  • Destaque Obrigatório: Serviços de VoD e TV por app deverão oferecer tratamento igual nas recomendações entre conteúdos brasileiros e estrangeiros, com posição destacada e acesso direto a conteúdos nacionais no catálogo.
  • Comunicação Pública: Provedores com faturamento superior a R$ 500 milhões deverão ofertar, sem custo adicional, conteúdos audiovisuais de comunicação pública.

🗺️ Destinação dos Recursos

O valor arrecadado pela Condecine do streaming será aplicado principalmente na produção de conteúdos brasileiros independentes, com foco em:

  • 30% para produtoras independentes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
  • 20% para produtoras independentes da região Sul, Minas Gerais e Espírito Santo.
  • 10% para produtoras independentes de São Paulo e Rio de Janeiro (excluídas as capitais).

🚫 Exclusões e o Apelido

O texto aprovado exclui da tributação:

  • Serviços sem fins lucrativos, de caráter religioso ou jornalístico.
  • Serviços de difusão de eventos esportivos, educativos, de comunicação pública ou de jogos eletrônicos.
  • Serviços de vídeo sob demanda cuja atividade não seja autônoma ou preponderante e que se refira a conteúdo exibido na TV por assinatura até um ano antes. (Essa última regra é a base da isenção que deu origem ao apelido de “PL da Globo”.)
img20251105104006472 768x473 1 - Saiba Já News
Câmara aprova PL da Globo: Taxação de streaming atinge Netflix e Youtube, mas isenta Globoplay

Compartilhe este artigo