Morte de ativista conservador Charlie Kirk gera comoção entre políticos brasileiros

Repórter Jota Silva

A morte trágica de Charlie Kirk, ativista conservador de 31 anos, em um ataque a tiros nos Estados Unidos, gerou uma onda de pesar e comoção entre políticos conservadores brasileiros. Kirk, figura proeminente na juventude conservadora americana e aliado de Donald Trump, foi morto na quarta-feira (10/9) durante um debate em uma universidade em Orem, Utah.

Seu trabalho, que incluía liderar o grupo Turning Point USA e apresentar um podcast, era voltado para a mobilização da juventude conservadora. A repercussão no Brasil foi imediata:

  • Eduardo Bolsonaro, deputado federal, expressou choque e tristeza, destacando a dedicação de Kirk. “Mais um conservador vítima do ódio e da intolerância”, escreveu o deputado.
  • Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, também lamentou o “atentado covarde”, que, segundo ele, é fruto da “intolerância contra valores como o amor a Deus, à família e à liberdade”.

A relação de Kirk com o Brasil era próxima, especialmente com a família Bolsonaro. Ele promoveu eventos e entrevistas com o ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua estadia em Miami. Em março, Kirk chegou a pedir que o governo Trump aplicasse sanções e tarifas contra o Brasil, alegando que o Judiciário brasileiro estaria tratando o ex-presidente de forma injusta.

Essas declarações foram seguidas, em julho, pelo anúncio de sanções americanas contra o ministro Alexandre de Moraes e de tarifas contra produtos brasileiros.

Quem foi Charlie Kirk ativista conservador morto a tiros durante evento nos EUA

O ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, aliado de Donald Trump, foi fatalmente baleado na quarta-feira (10/9) durante um evento em uma universidade nos Estados Unidos. O ataque ocorreu no campus da Universidade Utah Valley (UVU), em Orem, Utah, onde Kirk participava de um debate ao ar livre com cerca de 3 mil pessoas.

Kirk, que liderava o grupo de estudantes conservadores Turning Point USA, foi atingido por um único disparo enquanto falava sobre tiroteios em massa. Vídeos do momento mostram o ativista caindo em seu assento após o tiro. Seus seguranças o levaram ao hospital, mas ele não resistiu aos ferimentos. A esposa e os dois filhos de Kirk estavam no local no momento do ataque.

Fontes indicam que o disparo pode ter sido feito de uma “posição elevada em um prédio acadêmico”, a uma distância de cerca de 90 a 180 metros.

Investigação e Trajetória

O FBI está à frente da investigação. Segundo o diretor Kash Patel, um suspeito chegou a ser detido e liberado após prestar depoimento. A polícia da UVU informou que a evacuação do campus foi realizada de forma segura.

Charlie Kirk era conhecido por seus debates em universidades americanas, muitas delas de tendência liberal. Fundou o Turning Point USA aos 18 anos com a missão de disseminar ideais conservadores. A organização, que começou após a reeleição de Barack Obama em 2012, tem filiais em mais de 850 faculdades e foi fundamental na mobilização de apoio a Trump. O próprio ex-presidente elogiou o trabalho de Kirk, chamando-o de “um cara incrível”.

Relação com Donald Trump e trajetória de ativismo

A relação entre Charlie Kirk e Donald Trump se aprofundou após a eleição do republicano, transformando Kirk em um visitante assíduo da Casa Branca e um forte aliado. Sua proximidade com a família Trump era notável, chegando a viajar com Donald Trump Jr. para a Groenlândia em meio a debates sobre a compra do território pelos EUA.

Nascido em uma família de classe média em Chicago, Kirk trocou a faculdade comunitária pelo ativismo político. Ele frequentemente se referia à sua falta de diploma universitário de forma irônica durante seus debates, apesar de ter tentado, sem sucesso, ingressar na academia militar de elite de West Point.

Carreira e legado

Considerado um orador público talentoso, Kirk se tornou uma figura popular em eventos republicanos e entre o movimento ultraconservador Tea Party. Seu programa diário de rádio e suas redes sociais conquistaram milhões de seguidores.

Ele foi autor do best-seller “A Doutrina Maga” e chegou a discursar na prestigiada Oxford Union. Sua fé cristã e sua família, incluindo a esposa e os dois filhos, eram temas recorrentes em sua vida pública. Visto por muitos como o futuro do ativismo conservador, Charlie Kirk também era uma figura altamente polarizadora, deixando um legado de forte atuação política.

A ligação de Charlie Kirk com o bolsonarismo

Charlie Kirk mantinha uma relação próxima com a família Bolsonaro, evidenciando a conexão entre o ativismo conservador americano e brasileiro. Em 2023, ele foi responsável por organizar uma palestra e por entrevistar o ex-presidente Jair Bolsonaro em Miami para seu podcast.

A morte de Kirk gerou comoção entre seus apoiadores no Brasil. O deputado federal Eduardo Bolsonaro manifestou seu choque e tristeza em uma publicação, descrevendo Kirk como um “jovem de bom coração, criativo e empreendedor” e uma “vítima do ódio e da intolerância”.

Influência e apoio a Trump

Segundo o jornalista da BBC News Mike Wendling, Kirk era um dos maiores influenciadores conservadores nos Estados Unidos e um fervoroso apoiador de Donald Trump. Seu grupo, o Turning Point, teve um papel crucial no movimento MAGA (Make America Great Again) e na base de apoio de Trump.

O jornalista ressalta que o Turning Point investiu recursos e pessoal em estados-chave durante as eleições presidenciais, e o próprio Donald Trump reconheceu a importância desse apoio, retribuindo o favor com um discurso em uma conferência do grupo no Arizona.

Homenagens e repercussão política da morte de Charlie Kirk

A morte de Charlie Kirk, ativista conservador de 31 anos, teve uma grande repercussão nos mais altos escalões da política americana, com homenagens de figuras proeminentes dos partidos Republicano e Democrata. Em sinal de luto, Donald Trump ordenou que as bandeiras dos Estados Unidos fossem hasteadas a meio mastro.

Em sua rede social, a Truth Social, Trump lamentou profundamente a perda, chamando Kirk de “O Grande, e até mesmo Lendário” e afirmando que “Ninguém entendia ou tinha o Coração da Juventude dos Estados Unidos da América mais do que Charlie”.

O ex-presidente Joe Biden também se manifestou, oferecendo condolências à família e ressaltando que “Não há lugar em nosso país para esse tipo de violência”, reforçando a necessidade de acabar com a violência armada.

Repercussão na rede social X

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