Israel rebaixa relações com o Brasil e não terá embaixador no país

Israel acusa governo brasileiro de ter uma postura pró-Hamas. O ponto mais alto da crise ocorreu quando Lula comparou as ações de Israel em Gaza ao Holocausto

Repórter Jota Silva
Israel rebaixa relações com o Brasil e retira e não terá embaixador no país

Israel decidiu rebaixar suas relações diplomáticas com o Brasil nesta segunda-feira (25/8), após o governo brasileiro não aprovar a nomeação de um novo embaixador israelense em Brasília. A decisão foi anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel.

A pasta declarou que, como o Brasil “excepcionalmente, se absteve de responder” ao pedido de aprovação para o embaixador Gali Dagan, a nomeação foi retirada. Com isso, as relações entre os dois países serão conduzidas em um “nível diplomático inferior“.

A embaixada israelense no Brasil está sem um diplomata-chefe desde 12 de agosto, quando o embaixador Daniel Zonshine se aposentou. A indicação de Gali Dagan, ex-embaixador na Colômbia, para o cargo, feita em janeiro, não foi aprovada pelo Itamaraty.

Tensão diplomática

O distanciamento entre Brasil e Israel se acentuou com o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder. A relação tem sido marcada por críticas de Lula contra ações militares de Israel na Faixa de Gaza e por acusações de Israel de que o governo brasileiro teria uma postura pró-Hamas.

O ponto mais alto da crise ocorreu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações de Israel em Gaza ao Holocausto. A fala levou à declaração de Lula como “persona non grata” por Israel, e, em retaliação, o Brasil retirou seu embaixador de Tel Aviv.

Em um passo adicional de tensão, o Brasil ingressou formalmente em uma ação judicial na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que acusa Israel de genocídio.

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