O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, revogou os vistos de entrada da esposa e da filha do ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha. O próprio ministro não foi afetado diretamente, pois seu visto já havia expirado em 2024, mas agora está impedido de solicitar um novo.
Em resposta, Padilha expressou sua “absoluta indignação”, classificando a ação como “covarde” por atingir sua esposa e sua filha de dez anos de idade. “As pessoas que fazem isso, o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar, não para mim, para o mundo todo, qual o risco que uma criança de dez anos de idade pode ter para o governo americano”, disse ele.
A medida é mais uma de uma série de ações contra autoridades brasileiras, e sua divulgação acontece dias depois de o governo Trump anunciar a revogação de vistos de outros brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, incluindo Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral da COP30.
A revogação dos vistos, anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, é justificada como parte da “política de restrição de vistos relacionada a Cuba”, acusando os brasileiros de envolvimento com um suposto “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meio do programa Mais Médicos, que operou entre 2013 e 2018.
Contexto Político e Defesa do Programa
Padilha questionou a motivação, destacando que o programa Mais Médicos não tem mais parceria com profissionais cubanos e ressaltou que, quando foi criado em 2013, o modelo de cooperação já era usado em dezenas de outros países. Mozart Sales, um dos afetados, defendeu o programa em suas redes sociais, classificando a sanção como “injusta” e reforçando que o Mais Médicos “defende a vida e representa a essência do SUS”.
Essas ações se inserem em um cenário de escalada de retaliações do governo Trump ao Brasil. Em julho, os EUA impuseram tarifas sobre produtos brasileiros e sancionaram o ministro do STF, Alexandre de Moraes. A postura de retaliação é atribuída à influência do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA e tem articulado com o governo americano por sanções a autoridades brasileiras, em resposta ao processo criminal enfrentado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O que é o Programa Mais Médicos?
Criado em 2013, o Mais Médicos é uma política pública do governo federal para levar atendimento de saúde a áreas de difícil acesso e com escassez de profissionais. O programa também se dedica à formação e qualificação de médicos.
Atualmente, o Mais Médicos atua com foco em profissionais brasileiros, sendo que 92,25% dos 24,9 mil médicos ativos no programa são nacionais. A iniciativa é considerada o “maior programa de provimento médico do mundo”, com 28 mil médicos em mais de 4.500 municípios.
Foto de Alexandre Padilha e Esposa

Repercussão na rede social X
Alexandre Padilha está ABSOLUTAMENTE INDIGNADO e acha uma covardia que os Estados Unidos cancelaram os vistos de sua mulher e filha … Ué , agora vão passear em Cuba , Venezuela, China , Rússia ou Coreia do Norte 🤣🤣 pic.twitter.com/mbTqODoBu0
— Pri (@Pri_usabr1) August 15, 2025
Vai chorar, @AndreiaSadi?
Como você tem coragem de defender o Alexandre Padilha, que teve os vistos da esposa e da filha cancelados pelos EUA, enquanto ignora o ABSURDO que é a situação do Eduardo Bolsonaro? O cara tá exilado nos EUA, lutando contra a censura descarada no… pic.twitter.com/aDLLlfVCaX
— O Sóciotário (@osociotario) August 16, 2025
A esquerda chama de “covardia” impedir uma criança de ir à Disney. Mas a filha do ministro Padilha pode usufruir da companhia dos pais, ao contrário de tantas outras crianças cujos pais foram trancados ilegalmente por esse tirano chamado Alexandre de Moraes, com o aval da… pic.twitter.com/hdsWNBJjSo
— 〽️𝐢𝐠𝐮𝐞𝐥 𓃠 (@Miguel_100001) August 16, 2025