Banco do Brasil tem queda brusca de 60,2% no lucro e revisa projeções para 2025

Repórter Jota Silva
Banco do Brasil (BB)

O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, uma queda de 60,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que já havia revisado suas projeções após a divulgação dos resultados mensais do Banco Central.

O desempenho do banco frustrou até mesmo previsões mais pessimistas, como a do BTG Pactual, que projetava um lucro de R$ 5 bilhões. Uma pesquisa do Safra indicava que a maioria dos investidores esperava um lucro entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões, o que se aproximou mais do resultado final.


Inadimplência no agronegócio pressiona resultados

A principal razão para a queda no lucro está na inadimplência do agronegócio, um setor historicamente forte para o Banco do Brasil. A taxa de empréstimos com mais de 90 dias de atraso no segmento subiu de 3,04% no primeiro trimestre para 3,49% em junho, impactando diretamente a rentabilidade do banco.

O aumento da inadimplência contribuiu para que o custo do crédito dobrasse em relação ao ano anterior, atingindo R$ 15,9 bilhões. O índice de retorno sobre patrimônio (ROE) do banco caiu para 8,4%, muito abaixo da previsão de 15% do BTG.

A margem financeira bruta do banco também apresentou queda, de 1,9%, para R$ 25,06 bilhões, enquanto a receita de prestação de serviços diminuiu 1%, para R$ 8,8 bilhões.


Projeções e dividendos revisados

Diante do cenário, o Banco do Brasil fez uma drástica revisão de seu guidance (projeções) para 2025. O lucro líquido ajustado, que antes era esperado entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões, agora tem uma nova meta: entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões.

O banco também reajustou para baixo as projeções de crescimento para sua carteira de crédito, especialmente para a carteira de empresas e agronegócio. A projeção de crescimento da carteira de crédito total, por exemplo, foi revisada de 5,5%-9,5% para 3%-6%.

Além disso, o banco reduziu o payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) para 30%. O BB comunicou que os pagamentos de juros sobre capital próprio referentes ao primeiro semestre já foram realizados integralmente e que o cronograma para o segundo semestre permanece inalterado.

A notícia destaca a sensibilidade do setor bancário às variações econômicas e setoriais. Como alguém com vasta experiência em comunicação, entendo que a clareza e o impacto desses dados financeiros são cruciais para o mercado e para a percepção pública do banco.

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