Bancos brasileiros estão analisando as contas e ativos financeiros do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para aplicar as restrições impostas pelos Estados Unidos. A medida é uma resposta à entrada em vigor da Lei Magnitsky, no final de julho.
Instituições financeiras no Brasil estão consultando escritórios de advocacia norte-americanos para determinar quais bens e transações do ministro devem ser bloqueados. A ordem de sanção tem como objetivo congelar ou restringir ativos de Moraes.
Entre especialistas, há consenso de que o ministro não poderá realizar operações de compra e venda de dólares nem investir em produtos com qualquer conexão com o mercado dos EUA. No entanto, ainda há incertezas sobre outros tipos de operações e sobre as penalidades para os bancos que não cumprirem as determinações.
Detalhes sobre as Sanções e a Lei Magnitsky
- Fundamentação da Sanção: A sanção dos EUA contra Alexandre de Moraes foi justificada com base em acusações de violação de direitos humanos. O governo norte-americano acusa o ministro de usar sua posição para “suprimir críticas” e censurar perfis, inclusive de cidadãos e empresas dos EUA, em plataformas como a rede social X (antigo Twitter).
- Alcance dos Ativos: A sanção, sob a Lei Magnitsky, visa o bloqueio de todos os ativos de Moraes nos EUA ou sob o controle de cidadãos americanos. Isso inclui a proibição de transações para indivíduos e instituições dos EUA. Embora a defesa do ministro afirme que ele não tem contas ou bens nos Estados Unidos, a medida tem um impacto global.
- Risco para Bancos Brasileiros: O principal motivo da preocupação dos bancos brasileiros é o risco de serem punidos. Instituições financeiras que mantêm operações nos EUA, como Bradesco, Itaú Unibanco, BTG Pactual e Banco do Brasil, podem ser excluídas do sistema bancário americano ou sofrerem multas pesadas caso não cumpram as restrições.
Reações e Consequências no Brasil
- Reação do STF: O ministro Edson Fachin, que assumirá a presidência do STF, criticou a medida, classificando-a como um “péssimo exemplo de interferência individual”. A Corte, no entanto, não se pronunciou de forma oficial sobre as ações dos bancos.
- Impacto no Sistema Financeiro: Alguns analistas sugerem que a sanção pode criar precedentes e levar a dificuldades para o ministro em tarefas como pegar voos comerciais ou até mesmo receber seu salário, caso ele seja pago por um banco com operações nos EUA. Para evitar riscos, alguns bancos poderiam optar por se relacionar com o ministro apenas em operações em reais, por meio de contas em instituições que não atuam nos Estados Unidos.
- Discussão Política: A decisão dos EUA gerou uma reação na Câmara dos Deputados, onde uma proposta foi apresentada para “blindar” os bancos brasileiros, impedindo que apliquem sanções estrangeiras sem autorização nacional. A proposta visa proteger a soberania do sistema financeiro brasileiro.
A situação continua em desenvolvimento, e as consultas jurídicas e diplomáticas são essenciais para determinar o caminho a ser seguido pelas instituições financeiras e pelo governo brasileiro.