Em um embate político que ganha destaque, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a viagem do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aos Estados Unidos. Motta afirmou que a ida de Bolsonaro ao exterior é “incompatível” com o seu mandato e com as obrigações de um parlamentar na Casa Baixa.
A declaração de Hugo Motta gerou uma reação imediata de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta, o deputado usou a rede social X para rebater as acusações, afirmando que sua viagem não foi uma escolha, mas sim uma necessidade. Bolsonaro alega ter sido coagido a permanecer nos EUA por considerar que as prerrogativas de seu cargo não são respeitadas no Brasil. Ele argumenta que a própria instituição presidida por Motta “não consegue garantir” seus direitos e liberdades contra o que ele chama de “regime de exceção”.
Em sua réplica, Eduardo Bolsonaro fez menção direta a Hugo Motta, sugerindo que o presidente da Câmara também estaria sendo “ameaçado pelo regime”. Bolsonaro mencionou que parentes de Motta teriam sido “pegos como reféns” para chantageá-lo e impedir a anistia.
O deputado defendeu que, já que não pode ter suas prerrogativas constitucionais garantidas no Brasil, deveria, ao menos, ter o direito de exercer seu mandato à distância. Ele questionou a postura de Motta, perguntando se ele “vai optar por entregar ao regime meu mandato ou vai reconhecer que eu estou sendo coagido e ameaçado por um tirano psicopata?”.
Repercussão e Alinhamento Político
As críticas de Hugo Motta a Eduardo Bolsonaro estão causando revolta na oposição, que interpreta a fala do presidente da Câmara como um alinhamento com o governo Lula. A percepção de aliança ganhou força após Motta, sorridente, participar ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), do lançamento do pacote de ajuda às empresas afetadas pelo aumento de 50% na tarifa de importação imposto pelos Estados Unidos. A presença de ambos, em um evento do governo, é vista por parlamentares opositores como uma prova de sua aproximação com o Poder Executivo.

Confira na íntegra a reação de Eduardo Bolsonaro na rede social X
Da forma que o Presidente da Câmara coloca, parece que eu escolhi ir aos EUA, como quem escolhe ir ali na esquina. Eu fui coagido a permanecer nos EUA, porque as prerrogativas de um deputado federal, integrante da instituição que ele preside, não são respeitadas no Brasil. Eu fui coagido a ficar nos EUA, porque a instituição que eu pertenço não consegue garantir meus direitos e liberdades contra o regime de exceção. Hugo Motta deveria saber bem o que é isso, afinal, também está sendo ameaçado pelo regime, que pegou seus parentes como reféns para usar como meio de chantagem e impedir a anistia. O Presidente da Câmara, já que não consegue garantir minhas prerrogativas constitucionais, deveria, ao menos, tentar garantir o exercício a distância do meu mandato. Será que vai optar por entregar ao regime meu mandato ou vai reconhecer que eu estou sendo coagido e ameaçado por um tirano psicopata?
Da forma que o Presidente da Câmara coloca, parece que eu escolhi ir aos EUA, como quem escolhe ir ali na esquina.
Eu fui coagido a permanecer nos EUA, porque as prerrogativas de um deputado federal, integrante da instituição que ele preside, não são respeitadas no Brasil. Eu… https://t.co/bf5w8DgM9n
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 15, 2025