EUA revogam vistos de funcionários e ex-funcionários do governo Brasileiro por suposta exploração de médicos cubanos no programa Mais Médicos

Repórter Jota Silva
Secretário de Estado Marco Rubio

O Departamento de Estado dos EUA revogou vistos e impôs restrições a funcionários e ex-funcionários do governo brasileiro, além de membros da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e seus familiares. A medida é uma punição à “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano”, relacionado ao programa Mais Médicos.

Essa ação se soma a outras medidas do governo Trump contra o Brasil, como a imposição de tarifas a produtos brasileiros, a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e a revogação de vistos de outros ministros do STF.

Um documento assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio acusou as autoridades de usarem a OPAS como intermediária para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais do Brasil. O comunicado afirma que os envolvidos driblaram as sanções dos EUA a Cuba e pagaram ao regime cubano o que deveria ser destinado aos profissionais de saúde. “Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais”, argumenta o documento. “Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano”.

Marco Rubio também afirmou que “o Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de ‘médicos’ estrangeiros”.

Entre os brasileiros sancionados, estão Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. A nota de Rubio também menciona restrições similares a autoridades africanas, cubanas e granadinas, por acusações de que privaram cubanos de cuidados médicos essenciais, explorando-os por meio de “trabalho forçado”.

O programa Mais Médicos, criado no governo Dilma Rousseff, chegou a ter 11,4 mil profissionais cubanos em seu auge em 2015. A participação cubana no programa foi encerrada em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, que se opunha à presença dos médicos cubanos. A decisão foi tomada pelo governo de Cuba.

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