O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na sexta-feira (25) que o Brasil está empenhado em negociar com os Estados Unidos, citando o vice-presidente Geraldo Alckmin como o principal articulador. Segundo Lula, Alckmin “liga todos os dias” para a equipe de Donald Trump para tentar esclarecer informações que o presidente americano teria recebido de forma equivocada sobre o Brasil.
Em um apelo direto a Trump, Lula descreveu Alckmin como um “exímio negociador“, destacando sua experiência política e sua postura calma. O presidente brasileiro expressou o desejo de que Trump dialogue para entender a “verdade sobre o Brasil” e, assim, rever a decisão de taxar produtos brasileiros.
“Eu queria dizer para o Trump. Ô, Trump, esse moço aqui, Geraldo Alckmin, é o meu vice-presidente. É o cara mais calmo que eu conheço na vida, negociador, 16 anos governador de São Paulo , mais não sei quantos anos vice, prefeito, deputado federal constituinte, ou seja, esse cara é um exímio negociador, não levanta a voz e não manda carta, ele só quer conversar”, disse Lula.
“Mas é preciso conversar, aqui, o meu conversador nº 1, ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele. Então, é o seguinte, gente, esse país aqui, é um país do bem”.
O Brasil é um país de diálogo. Ninguém pode dizer que o Brasil não está negociando. Estamos prontos para conversar, mas com respeito e em defesa dos interesses nacionais.
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— Lula (@LulaOficial) July 25, 2025
Geraldo Alckmin
Alckmin confirmou os esforços de negociação, mencionando uma conversa de 50 minutos com Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, no dia 19 de julho. O vice-presidente explicou que não divulgou o encontro antes devido à delicadeza do cenário. Ele disse ter reforçado a Lutnick a disposição do Brasil em encontrar uma solução e discutiu temas como investimentos recíprocos e a não bitributação.
As declarações de ambos os líderes vêm à tona a oito dias da possível aplicação de tarifas contra o Brasil. Alckmin, no entanto, não revelou os efeitos práticos de sua conversa com o secretário americano, pedindo mais tempo para as negociações. Ele enfatizou que Lula orientou que a abordagem com os EUA seja livre de “contaminação política nem ideológica”.
