Lula versus Trump | Goiânia, GO — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (17) que o Brasil irá taxar as big techs norte-americanas que operam no país. A declaração, feita durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Goiânia, ocorre em um cenário de crescente tensão diplomática com os Estados Unidos, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump.
Sem detalhar como a cobrança será feita, Lula enfatizou que a medida reafirma a soberania nacional. “Nós vamos julgar e cobrar imposto das empresas americanas digitais. Este país é soberano. Aqui não se permitirá violência contra crianças, mulheres, negros, LGBTQIA+ em nome de uma suposta liberdade de expressão”, afirmou o presidente. Entre as gigantes do setor digital que poderiam ser afetadas estão Google, Amazon, Meta (responsável por Facebook, WhatsApp e Instagram) e outras.
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Comitê de Resposta e Possíveis Retaliações
Em resposta à tarifa americana, o governo federal criou um comitê interministerial, coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), para buscar soluções para a crise. O grupo já se reuniu com empresários, representantes do agronegócio e executivos de empresas americanas em busca de um caminho diplomático.
No entanto, o Palácio do Planalto não descarta acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) e aplicar medidas de retaliação, utilizando a recém-aprovada Lei da Reciprocidade, regulamentada por decreto presidencial.
Investigação Americana Contra o Brasil
Além da tarifa, os Estados Unidos iniciaram uma investigação comercial contra o Brasil, baseada na Seção 301 do Ato de Comércio americano. Conduzida pela USTR (Representação Comercial dos EUA), a análise avaliará se políticas brasileiras violam regras comerciais em áreas como pagamentos digitais, desmatamento, tarifas sobre o etanol, combate à corrupção e proteção de propriedade intelectual.
O desfecho dessa investigação, que terá uma audiência pública em 3 de setembro, pode resultar em novas retaliações econômicas. Lula, por sua vez, prometeu uma reação “civilizada, mas firme”. “Nada se conquista na marra. Mas também não aceitamos intimidações. Vamos agir como um país que se respeita”, concluiu.