Greve do transporte coletivo de Maringá está nas mãos da Justiça do Trabalho, declara Silvio Barros

Repórter Jota Silva
Silvio Barros, prefeito de Maringá. Foto: Rafael Macri | PMM

A paralisação dos motoristas do transporte coletivo urbano de Maringá agora está nas mãos da Justiça do Trabalho. A declaração foi feita nesta quinta-feira (10) pelo prefeito de Maringá, Silvio Barros, após uma audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A reunião contou com representantes da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), do Sinttromar (sindicato da categoria) e da administração municipal.


Impasse nas Negociações e Posição do Município

Segundo Barros, o município realizou todos os esforços para atender parte das reivindicações da categoria, incluindo um reajuste salarial de 2,5% acima da inflação, aumento no vale-refeição e o compromisso com a implantação de um plano de saúde para os motoristas, previsto para junho de 2026, com possibilidade de antecipação para maio, caso haja viabilidade financeira.

O prefeito afirmou ter pedido um voto de confiança e 60 dias para calcular o impacto da redução da intra-jornada, mas o sindicato “recusou qualquer tentativa de negociação”, mostrando “intransigência total”.

Barros ressaltou que a Prefeitura de Maringá já subsidia o sistema de transporte com mais de R$ 50 milhões por ano, e qualquer novo custo terá de sair do orçamento público, impactando diretamente a população maringaense. Ele também destacou que o sistema é usado por cerca de 85 mil pessoas, enquanto os recursos públicos provêm dos impostos de mais de 400 mil habitantes. “Não tomaremos decisões na base da pressão ou da faca no pescoço”, reforçou.


Ações Judiciais e Continuidade da Greve

Diante do impasse, a TCCC protocolou um pedido judicial para que o sindicato seja obrigado a garantir a circulação da frota mínima, conforme determina a lei para serviços essenciais. A decisão da Justiça é aguardada.

As empresas TCCC e Cidade Verde, em nota, afirmaram que apresentaram propostas razoáveis durante a mediação no TRT, mas o sindicato “se recusou a defender as propostas junto à categoria, inviabilizando qualquer avanço nas negociações”. Para as empresas, a greve “se materializa apenas como ação contrária à continuidade do serviço público e aos interesses de milhares de usuários do transporte público essencial à sociedade maringaense”.

A Secretaria de Mobilidade Urbana, a Procuradoria do Município e a Agência Maringaense de Regulação (AMR) estão mobilizadas para mitigar os impactos da greve e garantir a segurança dos usuários, fiscalizando transportes alternativos e clandestinos.


Decisão do Sinttromar

Em nota à imprensa, o Sinttromar informou que, após um dia de paralisação com adesão total, a categoria decidiu, no fim da tarde desta quinta-feira (10), pela continuidade da greve do transporte coletivo em Maringá. A decisão foi unânime após a nova audiência de mediação, na qual “não houve qualquer avanço nas negociações ou apresentação de nova contraproposta por parte das empresas”. O sindicato reforça que a categoria permanece aberta ao diálogo.

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