Governo propõe que condenados arquem com custos de investigações da Polícia Civil

Paraná Propõe Taxa para Custear Investigações Criminais

Repórter Jota Silva
Governo propõe que condenados arquem com custos de investigações da Polícia Civil

O Governo do Paraná enviou à Assembleia Legislativa (Alep) um projeto de lei que cria a Taxa de Atos de Inquérito (TAI). O objetivo é fazer com que réus condenados ou investigados que firmarem acordo de não persecução penal ajudem a custear as despesas das investigações criminais conduzidas pela Polícia Civil do Paraná (PCPR).

A iniciativa visa promover maior justiça fiscal e social, transferindo o ônus financeiro das investigações para quem as provocou, e não para toda a sociedade. Os recursos arrecadados serão integralmente revertidos em investimentos para a modernização, capacitação e melhoria das condições de trabalho da PCPR.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca que a proposta garante que “o custo do trabalho investigativo recaia sobre quem de fato o provocou, e não sobre o conjunto da sociedade, promovendo maior equilíbrio na destinação dos recursos públicos”. Ele também mencionou a recente aprovação da convocação de mais 620 policiais, reforçando o compromisso com a segurança pública.

Como Funcionará a Cobrança

A cobrança da TAI ocorrerá apenas após o encerramento do processo judicial, ou seja, quando a decisão da Justiça for definitiva. A taxa incidirá sobre serviços como lavratura de autos, perícias e cumprimento de diligências. O valor será calculado com base em alíquotas da Unidade Padrão Fiscal do Paraná (UPF/PR). O não pagamento no prazo legal resultará em multa e juros de mora.

O delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Jacob Rockembach, ressalta que muitos inquéritos exigem “recursos materiais, diárias, diárias extrajornadas e dedicação extrema dos policiais e delegados”. Com o projeto, a expectativa é que os condenados “devolvam recursos para o Estado”, sendo mais uma medida séria na política de segurança pública.

É importante notar que a TAI não será cobrada de beneficiários da justiça gratuita, nem aplicada a procedimentos que não resultem em condenação ou acordo penal. Atos gerais de segurança pública e termos circunstanciados também estão isentos.

Para garantir a transparência, o projeto prevê a criação de uma fonte de receita vinculada no Tesouro Estadual, com uso exclusivo para a Polícia Civil, permitindo investimentos em equipamentos, infraestrutura e formação policial.

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