Brasil e China Firmam Acordo Histórico para Abertura do Mercado Chinês ao Etanol Brasileiro

Repórter Jota Silva
Alexandre Silveira assina acordo com a China para aumentar exportações do etanol brasileiro - Foto: Ricardo Stuckert

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Administração Nacional de Energia da República Popular da China (NEA) deram um passo significativo para o setor de biocombustíveis brasileiro nesta terça-feira (13/5), em Pequim. Foi assinado um memorando de entendimento com o objetivo de abrir o vasto mercado chinês para o etanol produzido no Brasil, impulsionando as exportações e fortalecendo a cadeia sucroenergética nacional. A China, atualmente, encontra-se em fase de implementação do programa E10, que prevê a mistura de 10% de etanol na gasolina, criando uma demanda promissora para o produto brasileiro.

O memorando formaliza o reconhecimento mútuo da importância sustentável do bioetanol como um vetor estratégico para a mobilidade de baixo carbono. Ambos os países concordam que o biocombustível desempenha um papel crucial na transição energética global e no esforço conjunto para combater as mudanças climáticas. O documento também estabelece a intenção de promover a aplicação do etanol de baixo carbono através do intercâmbio de experiências sobre seus múltiplos benefícios, abrangendo as vantagens econômicas, ambientais, sanitárias e a capacidade de geração descentralizada de renda.

O ministro Alexandre Silveira expressou seu otimismo e a relevância do acordo: “O Brasil é referência mundial na produção de etanol e de biocombustíveis, e queremos cooperar com a China no avanço da descarbonização do setor de mobilidade, assim como temos feito aqui com o Combustível do Futuro. Além disso, aumentando as exportações, estamos gerando emprego e renda para o nosso país em toda a cadeia sucroenergética, muito importante para o desenvolvimento econômico e social”. Sua declaração ressalta o potencial do acordo para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Brasil através do fortalecimento de um setor estratégico.

Criação de Grupo de Trabalho Bilateral para Impulsionar o Desenvolvimento do Etanol Sustentável

Um dos pontos centrais do acordo firmado entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e a NEA é a criação de um Grupo de Trabalho Bilateral sobre Etanol e Combustível Sustentável. Este grupo terá a responsabilidade de fomentar a investigação, o desenvolvimento e a inovação tecnológica no campo do etanol de primeira e segunda geração. O escopo de atuação do GT inclui a análise do uso complementar do etanol à gasolina em veículos convencionais equipados com motores de combustão interna, veículos híbridos e até mesmo em motores dedicados ao etanol.

A atuação do Grupo de Trabalho Bilateral não se limitará ao etanol automotivo. O acordo prevê a exploração de outros combustíveis e aplicações avançadas, como a produção de SAF (combustível de aviação sustentável), a utilização do etanol como substituto do combustível marítimo (bunker fuel) e seu potencial como insumo para a produção de bioplásticos. Esta visão abrangente demonstra o reconhecimento do etanol como uma matéria-prima versátil e com potencial para descarbonizar diversos setores da economia.

Além da pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o intercâmbio entre Brasil e China também tem como objetivo o apoio à formulação e harmonização de marcos regulatórios relacionados ao etanol e outros biocombustíveis. O acordo busca incentivar a criação de parcerias e investimentos bilaterais entre os dois países, bem como promover a capacitação técnica e institucional no setor de biocombustíveis.

Cooperação em Energia Elétrica para a Transição Energética

O memorando de entendimento entre o MME e a NEA não se restringiu ao setor de biocombustíveis. Um protocolo adicional foi assinado com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico e o aporte de investimentos em sistemas de transmissão de energia elétrica. A cooperação abrangerá também a energia nuclear, a geração de energia renovável (como solar e eólica), os sistemas isolados de geração de energia e o intercâmbio de informações energéticas, com um foco especial na transição energética e na construção de um futuro energético mais limpo e sustentável para ambos os países.

Este acordo abrangente entre Brasil e China sinaliza uma nova era de cooperação bilateral no setor de energia, com o potencial de gerar benefícios econômicos, ambientais e sociais significativos para ambos os países. A abertura do mercado chinês para o etanol brasileiro representa uma oportunidade única para o crescimento da indústria nacional de biocombustíveis e para o avanço da descarbonização da matriz energética global.

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