Pelo menos 17 morreram em confrontos durante manifestações no Peru

Repórter Jota Silva
Repórter Jota Silva - Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
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Confrontos durante manifestações no Peru deixam pelo menos 17 mortos. Divulgação: Jota Silva

Chega a pelo menos 17 o número de mortos no Peru durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança na cidade de Juliana, no Sul do país, divulgou a Provedoria do Povo.

No mais recente balanço sobre os protestos que pedem a saída da presidente Dina Boluarte do poder, a Provedoria do Povo daquela região revelou que 17 pessoas morreram “devido a confrontos com as forças de segurança”.

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Entre os mortos em Juliaca está pelo menos um menor de 17 anos. A maioria é formada de jovens entre 19 e 35 anos, embora uma das vítimas tivesse cerca de 50 anos, segundo as autoridades médicas da região. Um bebê de 35 semanas morreu também na região de Puno.

A ambulância que o transportava para um hospital ficou parada num dos bloqueios de manifestantes, divulgou, em comunicado, a Direção Regional da Saúde. A criança tinha sido atendida no domingo e encaminhada para outro hospital devido a uma insuficiência respiratória, mas a transferência “não aconteceu porque houve dificuldades para a passagem da ambulância em Molino, distrito de Juli, província de Chucuito”, em Puno, acrescentou o comunicado.

O número de mortos desde 11 de dezembro aumentou para 46 pessoas em todo o país, naquele que é o sexto dia de protestos após a trégua de Natal, noticiou a agência Efe. Os confrontos no Sul do Peru levaram à interrupção repentina da reunião do acordo nacional, coordenada nessa segunda-feira (9) pela presidente peruana, Dina Boluarte.

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O grupo reúne representantes de todos os poderes, governadores regionais e diversos setores políticos. O acordo nacional é um fórum de políticas públicas que reúne representantes dos três poderes do Estado, de outros setores estatais e de organizações empresariais e cívicas.

Alberto Otárola, primeiro-ministro do Peru, acusou os manifestantes de tentarem um “ataque organizado ao Estado de Direito e às instituições” e um “golpe de Estado” no país. Em entrevista sem direito a perguntas,

Otárola afirmou que os confrontos foram “um ataque organizado e sistemático de vandalismo contra o Estado de direito e as instituições” de região sul de Puno.

“Como se estivessem num cenário de guerra, tentaram tomar o aeroporto”, disse ele, após afirmar que a responsabilidade é “dos que querem dar o golpe”.

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A crise no Peru

O Peru atravessa crise política e social devido às manifestações que abalam o país desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembr. Ele quis dissolver o Parlamento para convocar uma assembleia constituinte, criar um governo de emergência e governar por decreto, o que foi interpretado como tentativa de golpe de Estado.

Após a detenção de Castillo, que ficará em prisão preventiva de 18 meses decretada por um tribunal, o poder passou para a vice-presidente, Dina Boluarte, mas os protestos e manifestações continuaram. Entre outras reivindicações, os manifestantes exigem a antecipação das eleições, marcadas pelo novo governo para a primavera de 2024, a dissolução do Congresso, a convocação de uma Assembleia constituinte, a demissão de Boluarte do cargo de vice-presidente e a libertação de Castillo.

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