TSE multa Pietra Bertolazzi comentarista da Jovem Pan em R$ 30 mil por ofensa a Janja

Ministros julgaram representação da coligação Lula, marido de Janja

Repórter Jota Silva
Repórter Jota Silva - Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
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Janja Lula versus Pietra Bertolazzi

Agência Brasil/EBC/Governo Federal  – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (7), por 6 a 1, multar a influenciadora digital Pietra Bertolazzi, que foi comentarista da rádio Jovem Pan durante as eleições de 2022, em R$ 30 mil por disseminar informações falsas sobre a primeira-dama Janja da Silva

Os ministros julgaram uma representação apresentada pela coligação Brasil da Esperança, do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marido de Janja. Segundo a representação contra a comentarista, durante a campanha eleitoral ela comparou a hoje primeira-dama a Michele Bolsonaro, esposa do adversário Jair Bolsonaro.

“Enquanto você tem ali a Janja abraçando o [sic] Pablo Vittar e fumando maconha, fazendo sei lá o quê, você tem uma mulher impecável representando a direita, os valores, a bondade, a beleza (…): Michelle [Bolsonaro]”, disse Bertolazzi.

Em sequência, a comentarista disse que, em evento de campanha organizado por Janja, havia somente “um monte de artista maconhista [sic] que não sabe pra onde vai, da onde vem, com uma ânsia enorme por brilho falso e dinheiro falso, todos querendo abraçar a Janja, porque é esse tipo de valor que ela demonstra, ao contrário da Michele.”

Para a maioria dos ministros do TSE, as declarações foram destinadas a influir no processo eleitoral, visando atingir o candidato Lula, mesmo que indiretamente, motivo pelo qual cabe punição imposta pela Justiça Eleitoral.

“Acusar uma pessoa de ser maconheira não é algo que pode ser tido como uma crítica relevante”, disse o ministro Floriano de Azevedo Marques, cujo voto prevaleceu no julgamento. “Nenhuma dúvida que aqui se trata de conteúdo eleitoral”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

Vice-presidente do TSE, Cármen Lúcia destacou ainda o tom sexista da fala. “O discurso de ódio é diferente entre homens e mulheres. Contra os homens, é de uma natureza. Contra a mulher, é sexista, de costumes, extremamente violento, desqualificando para atingir a família”, disse.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, também votou pela condenação. “Não resta nenhuma dúvida de que era uma campanha negativa descarada. Ao ofender a mulher do então candidato Lula, hoje primeira-dama, a ofensa realizada partia das ideias de uma pauta de costumes exatamente para colocar a preferência sobre um candidato”, disse ele.

Os ministros Nunes Marques, Raul Araújo e André Ramos Tavares também votaram em favor da condenação. Ficou vencida a ministra Isabel Galotti, para quem as ofensas não tiveram gravidade suficiente para afetar o pleito eleitoral.

Agência Brasil tenta contato com a influenciadora Pietra Bertolazzi para comentar o caso.

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O repórter Carlos Jota Silva possui uma trajetória diversificada na comunicação. Ele atuou como locutor em duas emissoras de rádio e foi diretor de comunicação na Associação do Jardim Alvorada, em Maringá, durante dois anos. Também atuou como assessor de imprensa parlamentar no gabinete do ex-vereador Doutor Jamal Fares. Jota é graduado em gerenciamento pelo Sebrae e foi representante comercial autorizado da SKY Brasil. Atualmente, ele se destaca como editor de áudio e vídeo, além de ser diretor geral e programador do site Saiba Já News, onde escreve artigos noticiosos. Nos anos 90, ainda na juventude, trabalhou como técnico eletrônico, uma profissão que herdou de seu pai. No início dos anos 2000, foi contratado como técnico autorizado para marcas como Sharp do Japão, Britânia, Gradiente, Philco e CCE. Sua paixão pela comunicação foi inspirada por seu pai, que nos anos 70 se dedicou à divulgação de anúncios e informações públicas e políticas em Santa Fé/PR e Alto Paraná/PR, utilizando autofalantes na praça, uma prática bastante comum na época.