Mulheres privadas de liberdade produzem fantasias para escola de samba de Curitiba

Repórter Jota Silva
Repórter Jota Silva - Jornalista | Registro Profissional: Nº 0012600/PR
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Mulheres privadas de liberdade custodiadas no Centro de Integração Social (CIS) de Piraquara confeccionaram 407 peças de fantasias e 1,5 mil penas artificiais para compor a alegoria de uma fantasias para escola de samba. As produções envolveram calças, blusas, bombachas e kaftan que serão utilizadas no desfile deste ano.

A escola Acadêmicos da Realeza teve contato com o trabalho têxtil desenvolvido pelas mulheres custodiadas no CIS em uma empresa do setor que tem convênio com unidade prisional. Apostando no potencial de empregabilidade de pessoas privadas de liberdade e na motivação financeira e social, a agremiação propôs essa produção, iniciada em dezembro de 2023.

A escola prestou todo o suporte de capacitação e orientação durante a confecção, com visitas semanais para levar materiais e moldes e, também, buscar as peças que ficavam prontas ao longo dos dias. Além da oportunidade de desenvolver habilidades profissionais e se envolver com experiências culturais, as presas receberão remuneração e remição de pena pelo trabalho, conforme a Lei de Execução Penal.

O diretor-geral da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Reginaldo Peixoto, explica que parcerias como essa geram oportunidades de ressocialização e mudança de vida no sistema prisional. “Tentamos incansavelmente oferecer uma custódia digna aos apenados do Paraná. É sempre muito gratificante ver projetos diferentes e mais culturais acontecendo. Eles são transformadores”, comenta.

A diretora do Centro de Integração Social (CIS), Marilu Katia da Costa, ressalta que o Carnaval de Curitiba transcende a mera celebração festiva – mobiliza uma estrutura social ao longo de todo o ano. “A expectativa para esse ano é expandir ainda mais a parceria entre a Acadêmicos da Realeza e a Polícia Penal a fim de envolver os profissionais da agremiação no processo de capacitação de pessoas privadas de liberdade, preparando essas mulheres para diversos caminhos quando retornarem a sua liberdade”, complementa.

A diretora de Carnaval da Acadêmicos da Realeza, Vilma Barbosa, conta que com a parceria as atividades puderam ser iniciadas dentro do prazo proposto, prevendo um grande desfile para o próximo mês. “Durante o período em que desenvolvemos nossas fantasias no CIS recebemos apoio integral da equipe de gestão, o que foi fundamental para que o resultado final fosse de qualidade, conforme esperávamos. Este foi o primeiro passo de um projeto que está só no começo”, destaca.

Vilma ressalta que, com a confiança nas equipes, eles querem retomar os trabalhos, já visando o Carnaval de 2025. “Assim, nos consolidando cada vez mais como agentes de transformação na sociedade e da ressocialização de mulheres, para um novo caminho a partir da sua liberdade”, arremata.

A escola já ganhou o Carnaval de Curitiba e está entre as mais tradicionais da cidade. O desfile de 2024 acontece no dia 10 de fevereiro.

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O repórter Carlos Jota Silva possui uma trajetória diversificada na comunicação. Ele atuou como locutor em duas emissoras de rádio e foi diretor de comunicação na Associação do Jardim Alvorada, em Maringá, durante dois anos. Também atuou como assessor de imprensa parlamentar no gabinete do ex-vereador Doutor Jamal Fares. Jota é graduado em gerenciamento pelo Sebrae e foi representante comercial autorizado da SKY Brasil. Atualmente, ele se destaca como editor de áudio e vídeo, além de ser diretor geral e programador do site Saiba Já News, onde escreve artigos noticiosos. Nos anos 90, ainda na juventude, trabalhou como técnico eletrônico, uma profissão que herdou de seu pai. No início dos anos 2000, foi contratado como técnico autorizado para marcas como Sharp do Japão, Britânia, Gradiente, Philco e CCE. Sua paixão pela comunicação foi inspirada por seu pai, que nos anos 70 se dedicou à divulgação de anúncios e informações públicas e políticas em Santa Fé/PR e Alto Paraná/PR, utilizando autofalantes na praça, uma prática bastante comum na época.